Vigilantes do Mato Grosso do Sul entram em greve à partir de 01 de fevereiro

Profissionais da área de segurança exigem o pagamento do adicional de periculosidade, já garantido por lei

  • Alexandre Duarte

À partir de sexta-feira, 01 de fevereiro, os vigilantes da cidades de Dourados, Naviraí e Campo Grande darão início a uma paralisação, por tempo indeterminado. A classe cobra o pagamento do adicional de periculosidade, correspondente a 30% do salário. O adicional se tornou obrigatório com a lei 12.740, de 8 de dezembro de 2012, quando foi sancionada pela presidenta Dilma Rousseff. O deputado federal Marçal Filho (PMDB), é um dos parlamentares que defende o reajuste e lutou pela aprovação no Congresso Nacional. ”Foram nove anos de luta para que este projeto fosse aprovado e agora que finalmente os profissionais conquistaram esse direito, não conseguem fazer valer a lei”, declarou.

De acordo com Antônio Goes Ferreira, presidente do SEESVDA (Sindicato dos Empregados e Empresas de Segurança e Vigilância de Dourados e Afins), o salário base dos vigilantes é baixo e o adicional seria de grande valia para todos os profissionais. “O nosso salário base R$ 847,50 inicial, com o adicional chegaríamos a R$ 1.100,00. Isso é um direito nosso, garantido por lei. É um sonho que precisa ir para o contra-cheque”, explicou.

Segundo Marçal Filho a aprovação deveria beneficiar mais de dois mil profissionais que exercem esse ofício na Grande Dourados, região Sul do Estado. Segundo o presidente do sindicato de Dourados, as empresas do ramo alegam que não tem condições financeira de arcar com a despesa extra, já que a lei se tornou obrigatória no ato da sua publicação, não havendo prazo para adequações e planejamentos. “Mas resolver o problema, o Tribunal de Contas da União já terminou que as licitações com bancos e diversas instituições públicas que usam o serviço, sejam refeitas, para que seja acrescentado o valor correspondente ao nosso adicional”, complementou.

Ainda conforme Ferreira, desde a publicação da lei o sindicato buscou o diálogo com as empresas, a fim de chegar a um acordo para o cumprimento da norma, mas não obtiveram sucesso. “A greve é um direito nosso também, e vamos utilizar ele nesse momento. Tentamos dialogar com as empresas, mas não fomos ouvidos”, disse.

Movimento Nacional

No dia primeiro, os vigilantes em todo o Brasil farão uma paralisação de 24h em prol do cumprimento da lei que determina o pagamento do adicional. Porém, os profissionais de Dourados, Naviraí e Campo Grande, decidiram em assembléia, ocorrida no último dia 25, que farão uma verdadeira greve e não apenas uma paralisação.