Dourados tem 3º pior resultado de MS para geração de empregos em dezembro

Setor de serviços foi o que mais demitiu e apresenta declínio no comparativo com 2012

A suposta consolidação de Dourados como polo de serviços do setor sucroenergético, fato reforçado constantemente pelo prefeito Murilo Zauith (PSB), não tem o reflexo equivalente na geração de empregos. Além do saldo negativo de dezembro passado revelado pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), mesmo antes dos alardeados investimentos no setor propagados pelo atual gestor, essa atividade econômica obtinha resultados ainda melhores.

Conforme o levantamento ministerial, Dourados teve o 3º pior resultado para geração de empregos formais em dezembro, no comparativo com outros nove municípios sul-mato-grossenses com mais de 30 mil habitantes. E justamente o setor de serviços, aposta do prefeito para impulsionar a economia local, foi o que mais demitiu no último mês de 2013 no município.

De acordo com o Caged, em dezembro Dourados teve 1.174 novos empregos formais gerados. Mas o número de demissões foi de 1.608 no mesmo período, o que resultou em saldo negativo de -434 postos de trabalho (queda de 0,80%).

Esse resultado foi fortemente influenciado pelo setor de serviços, que admitiu apenas 339 trabalhadores e demitiu 602 no último mês do ano passado. O saldo final dessa atividade econômica foi negativo, -263 (-1,04%).

O Ministério do Trabalho e Emprego pontua “razões sazonais” como entressafra agrícola, férias escolares, período de chuvas e término das festas no final do ano, “que permeiam quase todos os setores/subsetores”, para justificar os resultados negativos obtidos por todos os 10 municípios de Mato Grosso do Sul com mais de 30 mil habitantes no dezembro passado.

Apesar do mês negativo, Dourados encerrou 2013 com 1.319 novos empregos formais gerados, dos quais 1.079 no setor de Serviços. No entanto, o saldo positivo dessa atividade econômica não reflete os investimentos que a administração municipal alega destinar ao setor.

Basta recorrer à série histórica do Caged, iniciada em 2003, para observar que os serviços apresentavam números positivos independentemente da alardeada “consolidação de Dourados como polo do setor sucroenergético”, discurso comum na gestão atual. Em 2009, por exemplo, sob a conturbada administração de Ari Artuzi, Dourados criou 1.607 empregos no setor, 528 formalizações trabalhistas a mais que em 2013.

E não para por aí. Em 2010, quando Dourados passou por sua maior crise político-administrativa, com prisões, renúncias e cassações entre prefeito, vice e vereadores, além de secretários municipais, o setor de serviços contabilizou saldo de 1.229 postos de trabalho formais. Praticamente à deriva, o município gerou naquele ano 150 empregos a mais que em 2013 no setor de serviços.

Pior ainda é notar que o melhor resultado obtido pelo setor, 2.601 novos empregos formais em 2012, não chegou nem próximo de ser repetido em 2013. Com três anos de governo, o atual prefeito amargou queda de 1.522 postos de trabalho no setor que mais aposta como política de governo para o desenvolvimento econômico do município.