EUA, Japão e mais 10 fecham maior acordo comercial da história

Presidente dos EUA, Barack Obama (centro), fala em encontro de líderes da Parceria Transpacífico (Pablo Martinez Monsivais/AP - 10.11.14)
Presidente dos EUA, Barack Obama (centro), fala em encontro de líderes da Parceria Transpacífico (Pablo Martinez Monsivais/AP - 10.11.14)

Os Estados Unidos e outros 11 países do Pacífico fecharam um acordo para um pacto de comércio ambicioso que derruba barreiras comerciais, estabelece padrões ambientais e trabalhistas e protege a propriedade intelectual de multinacionais.

O acordo da Parceria Transpacífico foi fechado nesta segunda-feira (5) após uma maratona de encontros na cidade norte-americana em Atlanta ao longo do fim de semana.

"Nós acreditamos que [o acordo] ajuda a definir as regras para a o caminho em direção à região da Ásia e do Pacífico", disse o representante do Comércio dos Estados Unidos, Michael Froman.

A TPP (na sigla em inglês) foi desenhada para encorajar o comércio entre Estados Unidos, Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura e Vietnã. Juntos, eles representam 40% da economia global.

O premiê japonês, Shinzo Abe, comemorou o acordo básico como "uma política de visão ampla para todos os países participantes que partilham valores e tentam construir uma zona econômica livre e justa."

O acordo ainda precisa ser aprovado no Congresso dos EUA, onde há a oposição é ampla. O presidente dos EUA, Barack Obama, tem de aguardar 90 dias antes de assinar o pacto, e só então o Congresso vai começar a debatê-lo. Em razão disso, a votação não vai ocorrer até 2016. E, uma vez que o acordo é economicamente sensível, apoiadores devem pressionar para que a votação o quanto antes possível das eleições do ano que vem. O Congressó só pode dizer sim ou não ao acordo - não pode modificá-lo. - não pode emendar o acordo.

Muitas das reduções de tarifas e outras mudanças vão ser diferidas ao longo de vários anos, então os benefícios para a economia norte-americana podem levar tempo para se materializar.

Peter Petri, professor de finanças internacionais na Universidade Brandeis, não espera que o acordo leve a qualquer crescimento de empregos nos EUA, mas prevê um estímulo anual à renda de US$ 77 bilhões (R$ 308 bilhões), ou 0,4%, em 2025, sobretudo por meio da criação de postos voltados à exportação que pagam mais.

O governo Obama também buscou o acordo como parte de uma estratégia para fortalecer a influências dos EUA na Ásia, que tem crescido rapidamente, e contrapor o peso da China na região. Segunda maior economia do mundo, a China não é parte do acordo, mas pode aderir mais tarde.

"Não podemos deixar que países como a China escrevam as regras da economia global. O acordo abrirá novos mercados aos nossos produtos", disse Obama.

*Com informações da Ansa

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