Orçamento apertado faz campo-grandense adotar até 'rodízio de contas'

Mudar hábitos é opção diante do custo de vida mais alto

Orçamento apertado faz campo-grandense adotar até 'rodízio de contas'

Os campo-grandenses estão economizando e muito quando o assunto é orçamento doméstico. Para tentar driblar a crise, as mudanças de hábitos são muitas: trocar a carne bovina pela de frango, sair menos para comer fora, trocar marcas mais caras por mais baratas, diminuir a quantidade de saídas a noite e até fazer 'rodízio' na hora de pagar as contas.

A aposentada Creuza Maria, de 64 anos, tem trocado a carne bovina pelas carnes brancas. “Nós aumentamos o consumo em casa de peixe e frango. Não está dando para comprar todo dia a carne de boi. Eu comia mais carne bovina antigamente, agora não. Hoje até fui no mercado comprar, mas está difícil, paguei 20 reais no quilo. Isso é um absurdo”, disse ela.

Para fechar o mês, a professora Marcilene da Silva, de 35 anos, tem feito rodízio na hora de pagar as contas. “Não dá para pagar tudo em dia, pagamos a conta que está mais atrasada”.

Outro “jeitinho brasileiro”, como diz sua irmã, Marli Dias, de 48 anos, é comprar marcas mais baratas. “Não dá pra comprar as marcas ditas 'melhores', eu compro a mais barata. Às vezes, você leva para casa só o nome mesmo”, explica ela.

A diarista Luciana Lemes, de 35 anos, também reclamou dos preços nas alturas e disse que a alternativa é pagar as contas mais importantes. “Nós pagamos o aluguel, luz, água, de resto, só economizando para conseguir comprar”. Ela ainda afirmou que quando faz limpeza, algumas patroas pedem desconto. “Eu cobro 130 reais, elas pedem um 'descontinho'. Eu sempre digo: o mercado não dá desconto'.

O administrador Rui Carlos Reiter, de 45 anos, reclamou dos preços 'nas alturas'. “Não é só comida, tudo subiu, impostos, material, combustível, e outras coisas. “A forma que eu estou fazendo para driblar essa crise é pagar parte no débito e outra parte no crédito. Não está dando para pagar tudo à vista, sempre tem algo que fica para o outro mês”.

Priorizar é a saída para a dona de casa Adriana Rosa Ferro, de 44 anos. “A gente tem que economizar de um lado para poder comprar do outro. A gente sempre cozinha em casa para gastar menos. Sempre comprando coisas mais baratas”, explicou.

Mesma opinião tem o repositor William Ribeiro, de 18 anos. Ele tem ficado mais em casa ao invés de sair a noite. “Eu e minha namorada deixamos de sair tanto a noite porque está tudo caro. Não tem como, não está sobrando dinheiro. Estamos ficando em casa mesmo”, acrescentou.

A cozinheira Marilene Rodriguez, de 32 anos, está sentindo 'no bolso' o valor do combustível. “Eu moro distante do centro. Eu e meu marido já chegamos a gastar mil reais apenas com gasolina. Eu estou tentando economizar em quase tudo pra conseguir minimizar esses gastos”, afirmou. Marilene ainda tem trocado marcas famosas por mais baratas quando o assunto é compras de produtos de limpeza. “Não tem como, tivemos que trocar marcas mais caras pelas mais em conta porque o gasto lá em casa é grande com limpeza”.

Para a aposentada Antônia Aguero Cardoso, de 62 anos, a tarifa da luz é a mais cara em relação aos gastos do mês, no entanto, não tem como diminuir. “Minha mãe precisa da energia, ela usa respirador, fica no oxigênio, não consigo diminuir o valor da conta”, explica. A saída da aposentada é diminuir os gastos com a comida. “Eu estou preferindo carne moída que é mais barato, além de fazer um mocotó, um puchero para sair mais em conta porque está difícil essa crise. Qualquer dinheiro é muito e faz diferença”, ressalta.

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