Justiça dos EUA vai indiciar mais cartolas: 'Investigação não está nem no intervalo'

Michael Lauber e Loretta Lynch concedram entrevista coletiva nesta segunda-feira (Getty Images)
Michael Lauber e Loretta Lynch concedram entrevista coletiva nesta segunda-feira (Getty Images)

A Justiça dos Estados Unidos deve indiciar mais pessoas e empresas envolvidas no escândalo de corrupção na Fifa. Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, Loretta Lynch e Michael Lauber, procuradores-gerais dos EUA e Suíça, anunciaram que a "investigação não está nem no intervalo".

Segundo Lynch, desde o maio, quando a justiça suíça prendeu sete cartolas em Zurique, incluindo o brasileiro José Maria Marin, a operação evoluiu muito, com o surgimento de novas evidências. Assim, dirigentes e empresas que ainda não foram citadas nominalmente devem ser indiciados.

"A investigação segue ativa e em curso. Na verdade, cresceu desde maio. O escopo de nossa investigação não é limitado, e nós estamos seguindo as evidências até onde nos levam. Agradeço a cooperação significativa e as evidências substâncias que recebemos de muitos lugares. Com base nessa cooperação e novas evidências, antecipamos que novas acusações devem ser feitas", disse Lynch.

O procurador-geral da Suíça, que conduziu as prisões de dirigente em maio a pedido da justiça norte-americana, chegou a brincar e dizer que as "investigações não chegaram nem ao intervalo", em alusão a uma partida de futebol. Segundo Lauber, até agora, já foram coletados 11 terabytes de informação ligados ao caso.

Lynch também foi perguntada se Joseph Blatter, presidente da Fifa, estaria sendo investigado. "Sem comentários", limitou-se a responder. Ela ainda respondeu sobre a colaboração do Brasil nos trabalhos, considerando que o ex-presidente da CBF foi um dos cartolas presos, mas preferiu não especificar nenhum país.

Como parte de uma investigação suíça separada, Lauber disse que seu escritório verificou propriedades e apartamentos nos Alpes relacionados com a investigação sobre a Fifa. O procurador não adiantou, contudo, detalhes do caso. Segundo ele, a suspeita é que os imóveis sejam usado como lavagem de dinheiro.

"Para aqueles que querem viver no passado e voltar o futebol aos dias de corrupção, suborno, nepotismo e clientelismo, esse resposta global manda um mensagem clara: você está do lado errado do progresso e presta um desserviço à integridade desse esporte maravilhoso", encerrou Lynch.

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