Acordada do 'porre' pela PM não lembra que filha foi estuprada

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Acordada do 'porre' pela PM não lembra que filha foi estuprada

A mãe da menina, de 3 anos, embebedada e estuprada pelo padrasto de 54 anos, foi ouvida pela Polícia Civil, ontem (7), e afirmou não se lembrar de nada. A mulher, de 41 anos, disse que foi acordada pela PM (Polícia Militar), depois de um 'porre' da noite anterior.

De acordo com o delegado Paulo Sérgio Lauretto, da Depca (Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente), a dona da casa disse em depoimento não se lembrar de, absolutamente, nada.

A mulher teria ingerido cerveja, em grande quantidade, na noite anterior, 'apagou' e só acordou com a chegada da PM, que foi acionada pelas vizinhas. A mãe da criança disse ao delegado que também não se lembra do que conversou com os militares.

Indagada sobre suspeita do crime, a mulher disse que nunca percebeu nada.

O delegado disse que além do estupro por parte do padrasto a menina também sofria maus tratos da mãe, conforme denúncias de vizinhos.

Ao ser questionada sobre o fato, disse que bate na menina por ser uma criança 'mal criada'.

O irmão, de 21 anos, não será ouvido pela polícia, porque não estava no local do crime. O rapaz não mora com a família, por não manter boa relação com o padrasto.

A dina de casa foi ouvida e liberada, mas pode responder por abandono de incapaz e maus-ratos.

O pedreiro, de 54 anos, segue preso no Instituto Penal de Campo Grande.

Caso

A prisão ocorreu, por volta das 12h40, em um bar do Bairro Santa Carmélia. O suspeito havia fugido de casa após ser flagrado, abusando da enteada, por três testemunhas.

Segundo o registro policial, o casal havia bebido e a mãe da menina 'apagou'. Se aproveitando da situação, o suspeito pegou a criança e se dirigiu até a varanda do fundo da residência, onde arriou as calças, colocou a menina sem calcinha em seu colo e passou a estuprá-la. Três pessoas testemunharam o crime.

Os gritos da menina - "Ai papai, para papai" -, chamaram a atenção da vizinha, que decidiu olhar por um buraco no muro. A mulher correu para a rua e pediu a ajuda de uma agente de saúde, que passava em frente a casa, que acionou a PM. Neste tempo, a filha da vizinha também chegou em casa e flagrou o crime.

O pedreiro suspeitou do movimento e saiu da casa, mas foi preso minutos depois, em um bar, pela PM.

Na casa, a polícia constatou o forte odor etílico vindo da criança. Questionado sobre a situação, o homem tentou se justificar à polícia dizendo que a criança bebeu voluntariamente. "Ela bebeu porque quis, bebeu sozinha".

A criança já passou por exames no Imol (Instituto Médico de Odontologia Legal) e está abrigada e sob os cuidados do Conselho Tutelar.

Durante a prisão em flagrante, o delegado Paulo Sérgio Lauretto, titular da Dpca (Delegacia de Protecao a Crianca e ao Adolescente), já havia feito o pedido de prisão preventiva, e na audiência de custódia realizada nesta manhã, o juiz acatou e manteve a prisão. Se comprovada a participação ou facilitação da prática do crime, a mulher poderá responder pelos crimes e também por abandono de incapaz.

A Polícia Civil não informou se o abuso foi praticado pela primeira vez ou se já ocorria há algum tempo. A pena do crime de estupro de vulnerável é de 8 a 15 anos de prisão; já o fornecimento de bebida alcoólica para menores é de 2 a 4 anos.

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