Antropólogos acreditam que retomadas vão crescer em MS

Pesquisadores acreditam que não há como deter a comunidade indígena

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Para os peritos que atestam como terra indígena a Fazenda Buriti, o movimento de retomada iniciado pelos Terena de Sidrolândia deve crescer em Mato Grosso do Sul.

“O processo de expropriação dos territórios de ocupação tradicional dos Terena é semelhante ao que aconteceu com os Guarani e os Kaiowá que vivem no sul do MS. O compartilhamento dessa história de submissão neocolonial comum tem até aproximado as lideranças desses grupos étnicos, que mutuamente se apoiam na luta pela reconquista de seus territórios”, explicou Levi Marques ao Instituto Humanitas Unisinos.

Jorge Eremites vai ainda mais longe e avalia que a situação pode tomar proporções inimagináveis até então. “Penso que estamos diante de um movimento tão grande como aquele que derrubou ditaduras no mundo islâmico. Se for assim, não haverá como deter as comunidades indígenas sem cometer crimes de genocídio. Aí o Brasil será réu em tribunais internacionais”, disse ao Diário MS.

Marques explica que ambos os grupos étnicos “foram objeto da mesma política governamental de recolhimento em reservas, com extensões diminutas de terra”. E Eremites condena a política indigenista atual, “porque usa de procedimentos comuns da época da ditadura, como desqualificar a agência indigenista oficial e ressuscitar políticas integracionistas incompatíveis com a Constituição Federal de 1988 e a Convenção 169 da OIT”.