Apesar de pedágio, conservação da BR-163 reduzirá custos de produção

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A associação que representa os produtores de soja de Mato Grosso do Sul, a Aprosoja/MS, defende que, apesar de a privatização da BR-163 elevar os custos com transporte para escoamento da produção, a medida será positiva para o setor se consideradas a conservação das estradas e melhoras no fluxo de veículos.

Para a entidade, a duplicação da pista dará ritmo à logística agrícola e pouco impactará na rentabilidade da produção. “Cerca de 70% da produção de grãos se concentra no Sul do Estado, sendo assim, os caminhões que transportarem a soja até o Porto de Paranaguá terão de arcar com pedágios em no máximo quatro pontos. Mas a queda no tempo de viagem será um dos pontos mais positivos na logística agropecuária”, afirma o presidente da Associação, Almir Dalpasquale.

“Por um lado temos a elevação nos custos com a logística para o setor produtivo, por outro se ganha uma série de benefícios incalculáveis, como a segurança que a qualidade das estradas oferecerá. A privatização poupará vidas, e vida não tem preço”, afirma o presidente da entidade, acrescenta.

Escoamento - A soja exportada por MS tem como principal canal de escoamento o Porto de Paranaguá, o que torna necessária a utilização da BR-163. No mês de novembro, de acordo com a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), 100% da soja exportada pelo Estado foi encaminhada ao porto paranaense e a preferência por Paranaguá se repete desde o mês de agosto devido a menor distância e custos mais baratos atualmente.

Pedágios - Nove pontos de cobrança de pedágio serão instalados em Mato Grosso do Sul, um a cada 100 quilômetros da BR-163, com custo de R$ 4,38 por ponto. Um carro de passeio para atravessar o Estado arcará com o valor de R$ 39,42, enquanto que um caminhão bitrem de sete eixos, com capacidade para escoar 37 toneladas, terá custo de R$ 275,94 para percorrer o trecho de 847 quilômetros.

“Sobre o impacto para a logística dos grãos sul-mato-grossenses, deve-se levar em consideração que 70% da produção agrícola se concentra ao Sul do Estado, o que dispensa a passagem em pelo menos metade dos pontos de pedágios que serão instalados”, conclui Dalpasquale.