Audiências de custódia: Mantidas prisões preventivas de suspeitos de feminicídio

  • Assessoria/TJ-MS
Foto: Reprodução/TJ-MS
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Na manhã desta segunda-feira (22), os juízes plantonistas realizaram a audiência de custódia de um jovem detido por suspeita de ter cometido o feminicídio de sua tia após discussão na própria residência, bem como do homem que teria esfaqueado sua ex-companheira por ciúmes.

O primeiro autuado, um rapaz de apenas 21 anos, teria atacado a irmã de seu pai com uma faca de cozinha na tarde da última sexta-feira (19). O crime ocorreu na casa onde eles moravam juntamente dos dois irmãos do suspeito, localizada no bairro Coophavila II, na Capital. A vítima, uma radialista aposentada de 45 anos, foi encontrada já sem vida pelas autoridades policiais, após terem sido acionadas pelo próprio pai do autor. Ela possuía inúmeras perfurações pelo corpo.

Segundo apurado inicialmente, sobrinho e tia teriam discutido logo após o almoço, o que era corriqueiro entre ambos. De acordo com o depoimento prestado pelo custodiado na delegacia, naquele dia, porém, após os diversos insultos de sua tia que teria, inclusive, ameaçado envenenar sua comida, o jovem teria ficado fora de si, se apropriado de uma faca na cozinha e atacado a vítima. O irmão mais novo que estava na casa, apenas ouvindo a discussão e os gritos da tia, teria corrido até a casa do genitor de ambos e pedido socorro. Logo após, contudo, o próprio agressor teria aparecido na casa de seu pai dizendo ter cometido uma besteira e tomando rumo incerto.

Após ir até a residência na companhia de sua atual companheira e ter constatado a morte de sua irmã, o pai do jovem acionou a polícia. Embora o paradeiro do suspeito fosse ignorado, enquanto o boletim de ocorrência era lavrado, ele compareceu livremente na delegacia na presença de seu advogado e do pai.

Na audiência de custódia realizada hoje, o juiz Wilson Leite Correa ratificou a decisão de conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva que havia sido dada pela juíza Mariel Cavalin dos Santos, no sábado seguinte ao crime (20). A magistrada ponderara que a vítima já havia registrado, em dezembro de 2016, um boletim de ocorrência contra dois dos sobrinhos, seu irmão e seu próprio pai. Segundo ela relatara na época, a vítima sofria constantemente agressões físicas e verbais em razão de sua deficiência causada por uma anemia falciforme, sofrendo insultos como “sua aleijada, sua coitada”.

Já no segundo caso, um pedreiro de 34 anos teria avançado contra sua ex-companheira com uma faca de serra que carregava no bolso também na tarde da última sexta-feira (19). O delito ocorreu na residência da vítima, a qual estava separada do agressor há 3 meses. A mulher foi socorrida por populares que a levaram até a Unidade de Pronto Atendimento do bairro Vila Almeida. Ela apresentava uma lesão no rosto e outra no pescoço, grave e profunda, sendo que seu estado de saúde ainda é grave.

Segundo relatou à polícia, o homem teria agredido a ex-companheira durante uma reunião familiar e após esta ter insinuado que o teria traído. Tomado de raiva, ele teria empunhado a faca que carregava no bolso e golpeado-a.

Em sua decisão, a juíza Mariel Cavalin dos Santos ressaltou que somente a prisão preventiva seria compatível com a gravidade dos atos praticados e evitaria a exposição da vítima a novos riscos, tendo em vista que o autor ainda apresentaria sentimento de posse em relação a ela.

Autos de prisão em flagrante em segredo de justiça.

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