Indígenas de MS rejeitam Instituto Nacional de Saúde e acusam governo de privatização

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Indígenas de MS rejeitam Instituto Nacional de Saúde e acusam governo de privatização

As lideranças indígenas de Mato Grosso do Sul rejeitaram na tarde desta terça-feira (2), a proposta do governo federal de criação do Insi (Instituto Nacional de Saúde Indígena ). Com a criação do instituto, a Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) seria substituída e os indígenas acusam o governo de estar promovendo uma privatização da saúde indígena.

Uma das lideranças presentes na reunião foi Lindomar Terena, que também é representante da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil). Segundo ele, a reunião foi conduzida pelo Condise (Conselho Distrital de Saúde Indígena). Lindomar diz que é contra a criação e afirma que a proposta está sendo posta de maneira ‘atropelada’ aos indígenas.

 “Questionamos os critérios como estão sendo conduzidos. Está sendo de uma forma totalmente errada e as lideranças não aceitam a criação”, diz. Lindomar relembra que os indígenas lutaram para a criação da Sesai, que agora, seria substituída. “Estão privatizando a saúde indígena para uma empresa privada, que não tem nenhum compromisso e o dinheiro indígenas está sendo violado”, afirma.

O Cimi (Conselho Indígena Missionário) também esteve reunião e ratificou a contrariedade à criação do instituto, afirmando ser uma manobra do governo federal. “É uma terceirização da saúde indígena. Uma manobra que pretende tirar a saúde indígena da atribuição do governo federal”, diz Flávio Vicente Machado.

Outro problema apontado por Flávio é a possibilidade de com essa empresa, o governo federal possa contratar profissionais da saúde sem concurso público.

Ainda segundo Lindomar, os representantes do governo federal vão seguir para  Mato Grosso para apresentar lá a proposta, que foi rejeitada no Estado. Os indígenas devem continuar a se reunir até a sexta-feira para discutir a proposta.

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