Lava-Jato: Empresários de MS viram alvo de Operação

Giovane Favieri e Armando Peralta teriam recebido R$ 6 milhões de José Carlos Bumlai

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Bumlai, preso na Lava-Jato, teria concedido parte do empréstimo para os empresários (Rodolfo Buhrer/ Reuters)
Bumlai, preso na Lava-Jato, teria concedido parte do empréstimo para os empresários (Rodolfo Buhrer/ Reuters)

Dois empresários de Mato Grosso do Sul, do ramo da publicidade, foram citados na 27ª fase da Operação Lava-Jato, deflagrada ontem (1): Giovane Favieri e Armando Peralta. A operação, que nesta fase investiga a participação de Ronan Maria Pinto em recebimento de parte do empréstimo fraudulento das mãos de José Carlos Bumlai, quer saber qual foram os fins dados à metade do empréstimo dado a Ronan, de R$ 6 milhões, e o que teria acontecido com a outra metade. 

Segundo depoimento de Bumlai no final do ano passado, a outra metade do dinheiro originário de empréstimo concedido pelo Banco Schahin teria sido utilizado para saldar dívidas da campanha eleitoral de Dr. Hélio (PDT) para as eleições municipais de Campinas, SP, em 2004. A intermediação desse empréstimo teria passado pelas mãos dos empresários de Mato Grosso do Sul, Favieri e Peralta, que na época foram marqueteiros do então prefeito de Campinas. Em 2009, os empresários também foram investigados em suposto esquema de corrupção por desvio de dinheiro público.

Em depoimento dado em 16 de dezembro do ano passado, Favieri afirmou à Polícia Federal que teria recebido dinheiro pela campanha de Campinas de 2004, porém não confirmou a versão de José Carlos Bumlai, de que o dinheiro serviria para caixa dois do Partido dos Trabalhadores.

"Nós (da produtora VBC) recebemos R$ 550 mil, que foi depositado na conta da empresa, mas nunca discuti a origem do dinheiro [...]. Só sei que veio de Bertin e constou como sendo o pagamento de uma conta do PDT de Campinas", disse Favieri à PF, se referindo à Natalino Bertin, sócio de José Carlos Bumlai.

Diogo Castor de Mattos, procurador da Polícia Federal, afirmou que os R$ 6 milhões, supostamente destinados à campanha eleitoral de Campinas, teriam necessariamente que passar pelas mãos de marqueteiros, o que não é o caso de Ronan Maria Pinto, e partiu dos depoimentos de Bumlai para fazer a ligação com os empresários.

Em 2009, Favieri e Peralta tiveram seus nomes atrelados em suposto esquema de corrupção envolvendo empresários, servidores públicos e agentes políticos do Estado. Na época, o MPE instaurou processo para investigar crimes de responsabilidade de funcionários públicos e peculato. 

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