Morre o coronel Adib Massad

  • Assessoria/Governo de MS
Foto: Divulgação/Governo de MS
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Faleceu na tarde desta quarta-feira (03), em Campo Grande, o lendário coronel da reserva Adib Massad, aos 91 anos. O governador Reinaldo Azambuja lamentou sua morte, afirmando que o ex-militar deixa um legado de honradez e dedicação ao bem-estar da sociedade, a quem sempre serviu.

“Foi um exemplo como militar e como cidadão”, disse Reinaldo Azambuja.

Nascido em Cáceres (MT), em 22 de abril de 1929, de origem árabe, o coronel Adib Massad foi um dos policiais militares mais respeitados em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul em seus mais de 31 anos de carreira.

Tornou-se uma lenda viva ao restaurar a ordem pública e reduzir a criminalidade na região de fronteira com o Paraguai no comando do antigo GOF (Grupo de Operações de Fronteira), hoje DOF (Departamento de Operações de Fronteira), em Dourados, na década de 1990.

De poucas palavras, reservado, comedido, humilde e de caráter inabalável, o Coronel Dib, como era chamado, marcou sua trajetória policial pela coragem, determinação, disciplina e liderança. Para seus subordinados, foi mais além: um homem enérgico, porém justo, e operacional.

Iniciou carreira como oficial da Polícia Militar de Mato Grosso em 1953, assumindo, três anos depois, o cargo de delegado na cidade natal, Cáceres. Mesma função desempenhada em Poxoréu, Rondonópolis e Dom Aquino, no Norte o Estado, e em Jardim, Paranaíba e Porto Murtinho, ao Sul.

Águia da Fronteira

Foi delegado regional em Dourados e delegado de Roubos e Furtos em Cuiabá. Em 1966, comandou o 1º Batalhão da Polícia Militar de Campo Grande e, em 1975, a 4ª Companhia da Polícia Militar em Ponta Porã. Foi titular da delegacia especializada na área de tóxicos, entorpecentes e crimes contra o patrimônio, entre 1979/1980.

Depois de chefiar o Estado Maior da PM com a patente de coronel, em 1987, ganhou notoriedade nacional ao comandar o GOE (Grupo de Operações Especiais) e o GOF (Grupo de Operações de Fronteira, entre 1988/1995.

No livro biográfico “Coronel Adib – A História”, de 2007, de autoria do escritor cearense Guimarães Rocha, também ex-policial militar, Massad conta que o GOF era uma corporação com apenas 50 homens e cinco viaturas, mas, apesar das dificuldades, teve uma atuação ímpar no combate à criminalidade.

“Todos respeitavam o GOF”, diz ele. “A ponto de nossas viaturas, ao passarem pela segunda vez numa altura qualquer da cidade (Dourados), já não encontrarem as mesmas pessoas avistadas. Mesmo o cidadão comum sabia que a viatura indicava um lembrete para endireitar os passos (...)”.

Proteção divina

Integrado por policiais militares e civis, O GOF ficou conhecido como a “Águia da Fronteira”. Em 1993, a sociedade organizada e Dourados, em homenagem ao Coronel Dib e seus comandados, espalhou outdoors pela cidade com os seguintes dizeres: “nas garras desta águia repousa a tranquilidade”.

Ao deixar a corporação, Adib Massad foi eleito vereador no município com uma votação histórica, em 1996, um reconhecimento público ao trabalho que desempenhou no combate ao narcotráfico, descaminho e roubos de veículos, que era frequente na época.

Quando lhe é feita uma pergunta, durante sua narrativa no livro que descreve sua trajetória – “o senhor acha que recebeu alguma iluminação de Deus?” -, esse homem sem rodeios e de fundamentos espirituais, responde:

“Considero-me feliz, protegido muito além do que mereço, porque só a previdência divina para justificar o fato de eu estar vivo aqui, ainda hoje...”


Comentários
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  • José

    José

    UMA SALVA DE PALMAS PARA ESSE PARAGRAFO!!!!!
    ". . . poucas palavras, reservado, comedido, humilde e de caráter inabalável, o Coronel Dib, como era chamado, marcou sua trajetória policial pela coragem, determinação, disciplina e liderança. Para seus subordinados, foi mais além: um homem enérgico, porém justo, e operacional, etc . . ."

  • Talita

    Talita

    Esse homem é uma lenda!!!

  • José

    José

    Coronel Adib quando comandava a DOF nós tínhamos paz nos bairros!!

  • Ana Claudia

    Ana Claudia

    Saudações Coronel, descanse em PAZ!!
    Bons tempos aquele, onde bandido não tinha vez, se pegasse acerto era com São Pedro.
    Não existia cracolândia, nói, maloqueiro, mano, moleque e piriguete nas ruas!!
    Pra bandido a prisão era 7 palmo em baixo da terra era muito respeitado e venerado!!
    Deus podia mandar outro árabe assim para nós, com pulso firme e com suas próprias leis !!