MS deve colher quase 7 milhões de toneladas de milho

Antecipação da safra e alta tecnologia garantem safra recorde

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Nunca se colheu tanto milho em Mato Grosso do Sul como neste ano. O investimento em tecnologia e a antecipação do vazio sanitário amenizaram os riscos de perda de produtividade com a geada, e os produtores comemoram a previsão de uma safra recorde em 2012/2013.

De acordo com a Conab (Companhia Nacional do Abastecimento), MS deve colher 6,6 milhões de toneladas nesta safrinha de milho, 8,1% a mais que na safra 2011/2012 (6,1 milhões de toneladas), e 800 mil toneladas que a colheita de soja neste ano, que ficou em 5,8 milhões de toneladas.

A ‘supersafra’ de milho fez os produtores esquecerem o termo safrinha, e começarem a tratar o milho como segunda safra regional, ressaltando a importância da cultura na economia regional.
“É a maior produção de milho safrinha na história de Mato Grosso do Sul, impulsionado pelo trabalho no campo e pela tecnologia cada vez maior utilizada pelos produtores”, afirmou Cristiano Bortolotto, vice-presidente da Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja), durante o lançamento da colheita da 2ª safra, nesta segunda-feira (10), em Maracaju, distante 162 quilômetros de Campo Grande.

Dono da propriedade Estância Maracaju, onde foi dada a largada da colheita, Roberto Oliveira Silva Júnior destacou também as conquistas burocráticas. “Conseguimos antecipar em 15 dias o vazio sanitário (período de proibição de plantio) nesta safra, o que ajudou a evitar o período crítico de geadas, e melhorar a produtividade”, comentou o produtor, que cultiva 1,6 mil hectares de milho.

Das tecnologias, os produtores ressaltaram a melhor qualidade das sementes transgênicas, o que também ajudou na antecipação do plantio.
Pela tradição sul-mato-grossense, uma safra começa no segundo semestre, com o plantio da soja, colhida no início do ano subsequente, passa pelo plantio do milho entre janeiro e final de fevereiro, e encerra com a colheita até o fim de julho.

Um novo momento

De “irmão pobre” da soja, o milho hoje tem papel de destaque no Estado. A produção já é maior que a da soja, mas a cultura ainda perde da oleaginosa no valor pago ao produtor, já que a soja continua em alta no mercado internacional. Hoje a saca da soja é cotada a R$ 59 na praça de Campo Grande, e o milho a R$ 22.
“Ainda não se compara com a soja, por causa dos preços, mas o momento do milho é ótimo, vivemos uma supersafra”, relatou Artêmio Júnior, proprietário rural e presidente do Sindicato Rural de Maracaju.