Protestos de índios, sem-terra e trabalhadores em greve 'agitam' Campo Grande

Toda a movimentação foi acompanhada por comerciantes que saíram às calçadas e população que parou para observar o protesto

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Manifestações e protestos marcam a manhã da Capital Morena nesta sexta-feira (7). Pelo menos 850 pessoas entre índios e MST (Movimento Sem Terra) se uniram a mais de 200 grevistas da construção civil e agitam a região central de Campo Grande. O trânsito está congestionado e as pessoas tomam conta das ruas para se manifestar.

Os indígenas e o MST saíram da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) logo cedo e percorreram a rua Rui Barbosa até o Centro da cidade. Eles subiram a rua Barão do Rio Branco encontraram os manifestantes da Construção Civil que estavam reunidos na praça do Rádio Clube. Os movimentos se uniram e desceram a avenida Afonso Pena.

Uma nova passeata foi organizada. Os mais de 1.000 manifestantes tomaram as ruas e juntos desceram pela 14 de Julho, subiram a Cândido Mariano, seguiram pela 13 de Maio e retornaram a Praça do Rádio. Cerca de quatro quadras ficaram repletas de pessoas marchando.

Toda a movimentação foi acompanhada por comerciantes que saíram às calçadas e população que parou para observar o protesto. A multidão é acompanhada por um carro de som pelo qual gritos de guerra como “MST luta pela Terra”, “A favor da causa indígena”, “Temos nosso direito” e discursos inflamados são disseminados.

A Polícia Militar e Agetran (Agência Municipal de Trânsito) acompanham a manifestação para tentar conter o tráfego e evitar acidentes. Cerca de 20 agentes de trânsito e polícias militares a pé, de bicicleta e motos estão no local.

Diretora do MST em Mato Grosso do Sul, Atiliana Brunet, falou que o objetivo é manifestar contra o descaso do Estado com as mortes dos trabalhadores e dos indígenas. “Nos unimos em em prol das causas indígenas. Depois da morte do Oziel e também contra a destruição da natureza , com a expansão do agronegócio”, frisou Brunet.

Ela fez questão desalientar que a reforma agrária esta parada há 3 anos e o Incra (Instituto de Reforma Agrária e Colonização) é como a Funai (Fundação Nacional do Índio), órgão sucateado que não tem orçamento e nem funcionários para resolver os conflitos. Disse ainda que está cheio de acampamentos do MST pelo estado, em Aquidauana , Itaquiraí, Nova Alvorada, Angelica e Batayporã e um mais recente em dois irmão do Buriti.

Os protestos devem continuar durante toda a manhã. Produtores rurais também vão movimentar a cidade. Eles estão se concentrando perto do Parque das Nações Indígenas e devem tomar conta das ruas da cidade em protestos contra as demarcações.