Setor produtivo ressalta que pecuária pode ser agente para combate às queimadas

O presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Luciano Aguilar Leite, avalia que as queimadas no município devem impactar no setor produtivo, mas a pecuária pode ser um agente de auxílio no combate ao fogo. “As áreas que sofreram com o incêndio, em Corumbá, estão em frente à cidade, onde não há a existência da pecuária há 46 anos, desde a última enchente de 1974 que inviabilizou a produção neste local”, explica Leite.
Para o presidente do Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), Mauricio Saito, a estiagem na região do Pantanal, que já faz parte da rotina pantaneira, se intensificou em 2020, e o tempo seco e quente contribuiu para o avanço dos focos de incêndio na vegetação, que apresenta características de alta combustão.
“Os produtores rurais que possuem propriedades nestas áreas, de forma geral, já se preparam para enfrentar o período, com iniciativas para controlar a situação, amenizar os prejuízos e proteger a integridade física de pessoas e animais. Entre elas, está o suporte no combate aos focos, com maquinários, infraestrutura e logística, além de práticas como aceiros ao redor de cercas, casas, galpões e mangueiros, e transferência de animais para outras áreas”, afirma Saito.
Capacitação e perfil sustentável
O produtor rural pode aderir a capacitações que podem minimizar os impactos das queimadas. O Senar/MS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), por exemplo, realiza os cursos de “Coordenador de Brigadas de Incêndio na Área Rural” e “Prevenção e Combate a Incêndios Florestais”, que capacitaram 600 pessoas em 2019, além da parceria com o Governo do Estado, Reflores/MS, Corpo de Bombeiros e Ibama/MS na campanha anual de conscientização contra as queimadas.
“É preciso destacar o papel consciente do produtor rural na conservação ambiental deste importante bioma. O Pantanal possui 83% do seu território preservados e, desse total, 90% estão sob responsabilidade da iniciativa privada, o que reflete essa consciência em produzir com sustentabilidade há mais de 270 anos”, acrescenta o presidente do Sistema Famasul, Mauricio Saito.