Apaixonados pela pescaria em Mato Grosso do Sul investem pesado em equipamentos
Investimento em equipamentos atinge milhares de reais, mas os aficionados não se arrependem
Quando se fala em pescaria logo vem a cabeça a imagem de alguém sentado em um barranco na beira do rio com a vara de pescar. Mas, se a sua ideia de pescaria é essa saiba que pescar vai muito além e hoje a modalidade é considera esporte e tem uma legião de fãs que investem pesado na paixão.
O vício, ou a paixão, pode até ter começado desta forma, com o pai, ou com o avô, conta Carlos Afonso Dias Lima, 37 anos, engenheiro agrônomo, que se iniciou na pesca ainda menino nos barrancos de rios.
Mas, com a mudança dos tempos, da legislação, o negócio ficou mais burocrático, e o que poderia desanimar fez com que os pescadores desenvolvessem outra modalidade, a pesca esportiva, com isca artificial.
Esse tipo de pescaria, diz Carlos, exige muito mais do pescador, porque além de ser mais técnica custa caro. O que não desanima quem não vive sem o esporte.
Carlos, por exemplo, diz que a paixão dele é a pescaria em si, fisgar o peixe, escolher a isca certa para aquele peixe especifico, preparar a tralha. “Tem gente que gosta de pescaria para fazer farra, outros para tomar cerveja, eu gosto mesmo é de pescar. Quando saio para pescar me esqueço de tudo. Fico só ali, na pescaria”, conta entusiasmado.
E para isso, não economiza. Ele revela que nem sabe quanto já gastou na paixão que tanto o faz relaxar. Mas, sabe que não é pouco. “Tenho dois barcos, que custa uns R$ 5,5 mil cada um, mais um motor de 25 e outro de 15, que custa entre R$ 6 e R$ 8 mil cada, ai tem as iscas artificiais, cada uma custa uns R$ 40, eu tenho umas 300. Ai tem molinete, vara...um monte de petrecho”, conta e diz que nunca tinha parado para pensar o quanto já investiu. “Quando minha mulher vir isso vai ficar brava”, brinca.
Mas, o investimento, diz, lembrando que não é gasto, vale a pena diante da satisfação de pegar o peixe tão sonhado.
No último fim de semana, ele foi um dos campeões da terceira etapa do MS Fishing, o campeonato realizado por uma loja de pesca de Campo Grande está na terceira edição e reúne cerca de 20 a 25 duplas que investem até R$ 1 mil por etapa para participar.
Proprietário da Água Mato, Wagner Barros, 46 anos, conta que sai caro porque diferente da pesca tradicional, na esportiva, o pescador precisa estar na embarcação, no meio do rio, e ter iscas próprias para cada tipo de peixe. O que requer também varas especiais e molinetes próprios.
Mas, a modalidade tem crescido e como todo esporte cada vez que a pessoa vai se especializando procura o equipamento que dá a melhor performance. “É como outro esporte qualquer. Quando você tem um material melhor, tem uma performance melhor. O pescador dimensiona o equipamento para determinada categoria de peixe. Ai se ele quer pescar um peixe mais leve, tem um material para isso, se é para um peixe mais pesado, tem outro”, conta.
Fora os campeonatos tradicionais, pescador que é pescador gosta de competir e a disputa é comum revela Wagner. “Muitos fazem apostas de quem pega o peixe mais difícil, o peixe maior. Isso estimula a pescaria na hora e faz com que os pescadores invistam cada vez mais para ter a melhor performance no rio”, conta.