Coagida pela própria mãe, adolescente comete aborto e enterra feto em quintal

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Fachada da residência onde feto foi encontrado enterrado, no Guanandi. ((Foto: Direto das Ruas))
Fachada da residência onde feto foi encontrado enterrado, no Guanandi. ((Foto: Direto das Ruas))

A mãe de uma adolescente de 17 anos é suspeita de, segundo investigações preliminares, ter obrigado a filha a abortar uma criança e enterrar o feto no quintal da casa onde moram, no Bairro Guanandi, em Campo Grande. Segundo testemunhas, foi a mulher que teria planejado todo o crime, comprando medicamento abortivo para a garota tomar.

A denúncia do aborto foi feita na tarde de ontem (15) pelo namorado da garota, de 27 anos, depois que recebeu telefonema dela contando sobre o aborto. A residência fica na Rua Itaguaçu.

“Nós passamos o fim de semana juntos. A mãe dela tinha viajado e voltou no domingo. Mas desde segunda-feira passada, ela me bloqueou nas mensagens e não atendia ligações. Me ligou somente hoje, desesperada, contando que havia abortado”, diz o rapaz, que namora a adolescente há cerca de 10 meses. Ele pediu para não ser identificado. 

Ele lembra que há pelo menos 6 meses, a namorada vinha passando mal, bastante enjoada, até que falou que estava esperando um bebê. “Ela pediu para que não contasse para ninguém, muito menos para a mãe dela, porque ela tinha medo”, afirma.

Ainda segundo o namorado, a própria mãe da garota teria comprado Cytotec, medicamento conhecido por suas propriedades abortivas, de venda proibida.

“Minha namorada não sabe onde a mãe comprou. Só disse que foi ela quem obrigou a tomar uma cápsula e colocar outra na vagina. O procedimento foi feito na casa mesmo, com ajuda de um amigo da mãe dela. Era uma menina, que nasceu morta”, diz.

O rapaz enviou uma gravação de uma conversa que, segundo ele, é da sogra em um dos momentos que coagia a filha a fazer o aborto. Ouça. 

O jovem também relata que a namorada está muito abalada porque não queria fazer o aborto. O rapaz informou todo o fato à mãe dele e foi ela quem insistiu em fazer a denúncia. “É uma tristeza muito grande. Já tinha até falado para ela que eu poderia criar o filho sozinho para ela continuar os estudos e tocar a vida”, lamenta.

Equipes da Polícia Civil e perícia foram ontem até o imóvel. Lá, encontraram o feto enterrado no quintal.

A mãe da adolescente que, segundo o genro, é formada em direito, e a adolescente, foram encaminhadas para a Deaij (Delegacia Especializada no Atendimento à Infância e Juventude). O feto foi encaminhado para o Imol (Instituto Médico e Odontológico Legal).

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