Ex-seleção conta invasão de marias-chuteiras em hotel com Robinho e Diego

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Ex-seleção conta invasão de marias-chuteiras em hotel com Robinho e Diego

O Brasil montou uma das gerações mais promissoras para buscar a vaga nos Jogos Olímpicos de 2004, que seriam disputados em Atenas. A seleção comandada por Ricardo Gomes foi disputar o pré-olímpico no Chile com jogadores que já tinham fama até mesmo internacional como Diego e Robinho.

O estardalhaço causado foi tão grande na cidade de Concepción, que atraiu muitas marias-chuteiras interessadas em conhecer na intimidade os craques canarinhos. Além de montarem plantão atrás fotos e autógrafos, algumas mais 'saidinhas' resolveram apelar para uma tática inusitada pra chegarem mais perto dos ídolos. 

"O assédio lá era muito grande para gente, tinham muitas mulheres vindo atrás dos jogadores e algumas eram bem saidinhas (risos). Um dia, umas meninas se disfarçaram de jornalistas chilenas para poder invadir o hotel em que a gente estava concentrado", conta o goleiro Juninho, reserva de Gomes naquela competição, em entrevista ao ESPN.com.br

As 'repórteres' chegaram todas arrumadas e até conseguiram passar pela entrada do lugar, mas como não estavam muito convincentes como jornalistas, acabaram barradas no saguão. "Os caras do hotel desconfiaram da situação. Então eles conseguiram tirar as meninas antes que os jogadores tivessem visto, porque se elas tivessem passado ia dar problema pra alguém (risos)", contou.

"Tinham poucos hotéis e ficava quase todo mundo no mesmo lugar, um andar era só da seleção, outro só da imprensa, daí elas não tiveram como visitar os quartos (risos). Ficamos sabendo dessa história bem depois", afirmou.

O Brasil não pode contar com dois de seus principais astros: Kaká e Adriano Imperador, que não foram liberados pelos clubes. A equipe acabou derrotada pelo Paraguai e eliminada no torneio.

Uma traquinagem entre dois amigos santistas ficou marcada: quando Diego foi tirar fotos para uma reportagem, Robinho abaixou suas calças e a cena acabou simbolizando o fracasso de uma geração inteira.

˜A gente tinha ambiente muito bom e divertido, o problema é que aparentou para os outros que não estávamos concentrados nem levando à sério a competição. Saímos da olímpiada e ficou marcado, mas as brincadeiras entre jogadores é uma coisa normal", lamentou.

Gratidão ao 'X-Tudo' e ao Pet

Juninho é nascido na cidade de Ribeirão Preto e foi criado em um bairro de onde saíram diversos jogadores como o goleiro Diego Alves (Valencia-ESP), que tinha o apelido de X-Tudo porque era gordinho, o arqueiro Julio Sérgio (ex-Roma) e o zagueiro Bordon (Ex-Schalke 04).

Depois de iniciar sua carreira no Comercial, o jogador foi para o Vitória aos 17 anos, para integrar o time juvenil. Observava o treino dos profissionais e tinha contato com um astro sérvio que tinha vindo parar por acaso no Brasil, depois de sair do Real Madrid.

˜Olhava o Pet cobrando faltas e ficava brincando com ele que só acertava o gol porque estava vazio, porque nenhum goleiro queria ficar lá,  já que ele treinava exaustivamente (risos). Um dia ele pediu para eu ir pro gol. Todo dia a gente ficava um tempão treinando e fizemos uma boa amizade", relembrou.

Como quem é visto é sempre lembrado, após o clube vendeu um dos goleiros profissionais e Petkovic lembrou-se do garoto que tinha muita vontade e mostrava um talento embaixo das traves. "Saí dos juvenis direto pra ser terceiro goleiro no principal. Fiquei um tempo lá até que com 21 anos eu fiz minha estreia como profissional contra o Santos no Campeonato Brasileiro em 2003", disse.

"Foi engraçado que eu tinha sido liberado para ser padrinho de casamento e cheguei meia noite ao hotel, tudo liberado pelo técnico Edinho. Só que no domingo de manhã ele anunciou que eu seria titular, fiquei louco da vida, não sabia para onde ir de tanto nervoso. Ainda bem que eu não bebo nada, imagina eu estava num casamento com um monte de cerveja, como ia jogar?(risos)", contou.

Na hora do jogo o nervosismo passou e o arqueiro fez grande partida na vitória por 2 a 0, inclusive defendendo um pênalti de Ricardo Oliveira quando estava 0 a 0.

As boas atuaçãoes chamaram a atenção do Cruzeiro que iria vender Fábio para o Corinthians, à época comandado pela MSI, um fundo de investimentos. Com a desistência do negócio pelos mineiros, Juninho não conseguiu atuar. 

"Não tive oportunidades lá, fui emprestado algumas vezes e acabei me destacando no Campeonato Mineiro pelo América-MG. O ‘X' (Diego Alves) foi vendido e me indicou para o Atlético-MG e fui de graça para lá", falou.

Em 2007 foi um dos melhores anos da carreira do camias 1, que atuou em muitas partidas e tirou o Palmeiras da Libertadores na última rodada. "O Edmundo pedia para gente pegar leve porque já estávamos na Sul-Americana e eles brigando pela Libertadores. Mesmo assim fizemos uma grande atuação e vencemos", comemorou.

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No ano seguinte, Juninho sofreu com muitas contusões musculares e não conseguiu ter uma sequência. Em 2009 foi embora do Atlético-MG depois da derrota na final do Campeonato Mineiro, quando o time levou de 5 a 0 do Cruzeiro na primeira partida da decisão. Com a chegada de Alexandre Kalil, novo presidente, foi feita uma reformulação em todo elenco. 

A partir de então ele rodou por diversos clubes como Paraná, Portuguesa, Juventude, Audax até chegar ao Red Bull. Hoje, aos 34 anos, ele pensa em qual carreira seguir após pendurar as luvas. 

"Eu já penso no meu futuro, fiz uns cursos de gestão e marketing esportivo e pretendo depois de encerrar a carreira daqui uns cinco anos. Ainda estou em dúvida se trabalho como treinador ou na área fora de campo e como sou filho de professora, preciso estudar bastante e me preparar (risos)".

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