Marçal Filho entrega à presidente de CPI documentos que apontam irregularidades na saúde de Dourados

Presidente da CPI da Saúde da Assembléia Legislativa, deputado Amarildo Cruz, afirmou contar com o apoio da população

  • Alexandre Duarte

Em entrevista à 94FM durante o ‘Programa Marçal Filho’ desta segunda-feira (24), o deputado estadual Amarildo Cruz, que preside a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Assembléia Legislativa, garantiu que o relatório elaborado pela comissão irá apontar 'todos os gestores públicos que cometeram as irregularidades'.

A CPI criada em 23 de maio de 2013, investiga a aplicação do dinheiro público na saúde de 11 municípios de Mato Grosso do Sul, entre eles, Dourados. Amarildo afirma que tem recebido uma vasta documentação que irá subsidiar as investigações. “Temos recebido muitos relatórios de diversos órgãos e instituições, e já solicitamos documentação também da Polícia Federal, Ministério Público Federal e Controladoria Geral da União”, complementou.

O presidente da CPI disse contar com o total apoio da população e da mídia, pois só com uma ampla divulgação é que as investigações podem atingir os objetivos.

Relatórios

O deputado federal Marçal Filho, entregou à Amarildo Cruz dois relatórios que apontam irregularidades na saúde pública de Dourados. O primeiro, concluído em junho de 2012 e elaborado por uma auditoria do governo do estado, mostrou a existência de diversas compras sem configuração de emergência que foram realizadas sem licitação. Além disso, indicou irregularidades em repasses da ONG Amigo do Índio, como também, revelou que vários equipamentos foram comprados e não foram entregues à prefeitura.

À época da divulgação deste relatório, Marçal lembrou que os auditores do estado não ficaram satisfeitos com as respostas da secretária de saúde, Silvia Bosso, que era responsável pela pasta antes da nomeação de Sebastião Nogueira.

O outro relatório, mais recente, foi produzido pelo Conselho Municipal de Saúde, que apontou, entre outras coisas, que o HU (Hospital Universitário de Dourados) recusa pacientes em estado grave mesmo quando há vagas disponíveis. O que impressionante do relatório é a resposta do hospital, que alegou não poder receber os enfermos por falta de lençóis para forrar os leitos.

Manifestações

Amarildo ressaltou que mesmo que os gestores públicos não tenham a boa vontade de dar a população o que lhe é de direito, as mudanças irão ocorrer. “As coisas vão mudar nem que seja à força. Nos últimos dias vimos à força da mobilização social na onda de protestos que tomou conta do país. A sociedade brasileira cansou”, disse.

Transparência

O deputado estadual garantiu que a CPI trabalha com total transparência, a começar pelas reuniões ordinárias, que ocorrem toda segunda-feira às 15h e são públicas e televisionadas.

Quem não puder participar pessoalmente, pode entrar em contato através do e-mail [email protected], ou do telefone 67 3389-6414.

Amarildo disse ainda que para fortalecer a transparência, ao término das investigações, irá imprimir pelo menos um milhões de cópias do relatório final, que será distribuído em todo o Mato Grosso do Sul.