Momento na agricultura é de melhorar nutrição do solo para aumentar produtividade da nova safra

Qualidade do solo é a capacidade de sustentar plantas e animais mantendo ou aumentando a qualidade da água e do ar e permitindo uma vida saudável aos habitantes

  • Redação 94 FM
Foto: Assessoria/Divulgação
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O agro está comemorando o excelente resultado d]e 2020, mesmo na contramão da economia brasileira por conta da pandemia da Covid-19. Estamos fechando o ano com uma safra extremamente positiva. “Foi um ano muito bom para a agricultura brasileira, mesmo com a pandemia que, é claro, impactou – e muito – todos os setores produtivos do País. Com o agronegócio não foi diferente, mas a agricultura produziu muito bem”, afirma Silvano Abreu, engenheiro agrônomo PhD em Ciência do Solo com mestrado em Biodinâmica do Solo.“  Neste ano, o produtor negociou muito bem sua safra, principalmente de soja e milho, com preços recordes em Real, já que o valor é atrelado ao dólar e, em função do câmbio, os preços ficaram bastante atrativos. O produtor negociou bem a venda da safra e sua liquidez na nossa moeda está muito boa”, completa Silvano, que atua como consultor agronômico em solos e nutrição de plantas e palestrante associado da Razão Humana Consultoria.

Para que o cenário se torne ainda mais promissor e atrativo, é chegado o momento em que os produtores precisam prestar atenção à nutrição da lavoura para garantir uma nova safra ainda mais rentável e produtiva. Uma vez que o solo é responsável por produzir sem degradar, suprir calor, água, ar e nutrientes e reduzir a contaminação do ambiente, é preciso garantir o ciclo correto de nutrientes, evitando, assim, importantes alterações nas propriedades do solo, principalmente em suas camadas superficiais. “A qualidade do solo é a base para elevar o potencial produtivo das lavouras. A boa notícia é que o manejo do solo com o conhecimento que temos hoje e as ferramentas disponíveis pode almejar tetos produtivos cada vez mais altos nas diferentes regiões e ambientes produtivos do País”, explica Silvano.

Uma das formas de melhorar a qualidade do solo é a correção profunda de sua acidez e a redução da compactação. É fundamental a manutenção da cobertura vegetal com palhada; para isso, é preciso ter no sistema produtivo uma rotação de culturas que promove uma taxa de produção de palha maior que a de decomposição. “Em áreas onde a taxa de decomposição é elevada, se torna difícil a manutenção permanente da palhada e, nestes casos, mesmo não conseguindo mantê-la permanente, a dica é buscar maximizar a produção sem incorporar para que a cobertura seja a máxima possível. Rotação de culturas e aumento de intensidade de cultivo com mais culturas durante o ano são formas de aumentar a produção de biomassa e, assim, alcançar uma taxa de adição de palhada maior”, reforça o consultor.

Aumentar o teor de matéria orgânica do solo é um grande desafio dos sistemas agrícolas, sendo alcançado somente em sistemas produtivos muito bem manejados, sob plantio direto e com elevada produção de biomassa e manejo adequado da fertilidade. Mudanças no ambiente decorrentes de práticas de manejo inadequadas, queimas, mecanização, erosão e monocultura podem levar a um rápido declínio do estoque de matéria orgânica, causando o aumento de carbono na atmosfera e contribuindo para o aquecimento global – além de causar, é claro, o declínio da qualidade do solo.

Corrigir possível falhas e construir o perfil de solo adequado são trabalhos a longo prazo, porém, essenciais neste momento de crescimento, com dinheiro circulando no setor mesmo com a pandemia. “A construção de perfil de solo com uma calagem profunda tentando fazer subir a saturação de cálcio é de extrema importância para aumentar a produtividade de qualquer safra ou safrinha de qualquer produtor. No caso do milho, por exemplo, isso representa mais fôlego para a lavoura, assim como no caso da soja”, garante Silvano.

Por fim e não menos importante estão o manejo equilibrado de nutrientes, o uso de fungos e bactérias benéficas ao ambiente e à planta e a aplicação de indutores hormonais e aminoácidos. Todos estes fatores contribuem para produzir plantas mais saudáveis, vigorosas e com máximo potencial produtivo. O consultor destaca que o teto produtivo de uma lavoura é definido até o dia do plantio com planejamento, execução de bom preparo da área para as decisões de nutrição e genética adequada para o ambiente produtivo até o plantio. 


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