Por que eles ainda pagam por sexo?

  • Nathalia Ziemkiewicz/Yahoo
Por que eles ainda pagam por sexo?

“Ouça o áudio quando estiver sozinho”, digitei para três amigos. É o alerta vem-pergunta-de-putaria ao qual eles já estão acostumados. Embora o conteúdo do Whatsapp desses ómis faça qualquer comentário meu parecer puritano, não quero arrumar problema com namoradas, mães e chefes: “Por que você já pagou ou paga por sexo?”. Nem se deram ao trabalho de descobrir o motivo da curiosidade.

Ao contrário de boa parte dos clientes, os amigos que consultei não “precisariam” pagar por sexo. Então, por que o fazem? Com tantos aplicativos de encontro, não seria mais fácil (e econômico) procurar por uma mulher sexualmente bem-resolvida? Alguém que não esteja nem aí para rótulos do tipo “não é pra casar porque deu no primeiro encontro”, que também curta sexo sem compromisso? A julgar pelos argumentos que reuni, não é tãããão simples, não…

1 “Porque é mais prático”

O cara teve um dia estressante de trabalho, está solteiro e só quer “dar umazinha” – já usou as mãos como alívio a semana inteira. Para retomar contatos com peguetes eventuais ou fazer um match no Tinder virar encontro, precisam gastar um bom tempo de lábia. E talvez ela até tope, mas não esteja disponível naquele exato momento. Com uma garota de programa, basta combinar horário e cachê. “Aliás pode sair mais barato considerando que às vezes, com uma menina, você pode ter que pagar sozinho jantares, cinema, estacionamento e motel”, disse um amigo.

2 “Porque é mais honesto”

Sem joguinho de conquista nem promessas falsas. Sabe aquela coisa de “oi-tenho pensando em você-saudade” do nada? Quando, na verdade, o cidadão só tá pensando em gozar e dormir gostoso? O sexo pago não tem essa sacanagem – tem outras… É direto e reto, inclusive sem criar a expectativa de que vai rolar ligação no dia seguinte ou romance pra toda vida. Um dos meus amigos disse ainda: “Se você transa meia dúzia de vezes com uma menina e depois desencana por qualquer razão, rola toda uma DR, como se estivesse terminando um relacionamento…”.

3 “Porque não preciso me reprimir”

Em geral, pouca coisa assusta uma garota de programa. Elas estão acostumadas a realizar fantasias sexuais de todo gênero. De vestir uma roupinha de colegial a encarnar uma dominatrix e botar coleirinha no cliente. Muitas topam “garganta profunda”, ejaculação na cara, sexo anal, ménage a trois. Fazem fio terra, imitam a cena de pornô preferida, gemem escandalosamente etc. Não há censura pra imaginação erótica. Com uma menina que não é profissional do sexo (ou com quem eles não têm intimidade suficiente), receiam ofender ou serem julgados.

4 “Porque não preciso me preocupar com o prazer dela”

Na época das nossas avós, as mulheres não reivindicavam o próprio prazer. Sexo era para satisfazê-lo e só. Hoje muitas de nós esperam orgasmos – e, sim, comentamos com as amigas sobre o desempenho do cara na hora do babado. Isso gera ansiedade e nervosismo em alguns, o que pode acabar em brochada e ejaculação precoce. A prostituta não está nem aí para o fato de o cliente ser “bom de cama” ou não. Ele pode exercer o egoísmo sem culpa, se concentrar no orgasmo sem se preocupar com dela (inclusive porque fingem como as atrizes pornô).

5 “Porque sou inexperiente / tímido”

Não é o caso desses meus três amigos, mas óbvio que não posso deixar de citar. A gente sabe que ainda hoje muitos adolescentes perdem a virgindade com garotas de programa. E que adultos travados, sem habilidades sociais ou mesmo fora dos padrões de beleza têm dificuldade de transar. A primeira impressão que causam pessoalmente, nas redes sociais e nos aplicativos de encontro acaba não ajudando… Pagando por uma profissional, as chances de rejeição se aproximam de zero.

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