Seguindo tendência mundial, Brasil reduz uso da 'vacina do Zé Gotinha'

Governo anunciou mudanças no calendário vacinal nesta semana. OMS tem meta de eliminar uso da vacina oral contra pólio até 2020.

  • Bem estar
Seguindo tendência mundial, Brasil reduz uso da 'vacina do Zé Gotinha'

A mudança no calendário vacinal anunciada pelo governo nesta semana – que, entre outras medidas, determinou que a terceira dose da vacina contra poliomielite seja injetável em vez de oral – segue uma tendência mundial e uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). O órgão tem a meta de eliminar o uso da gotinha até 2020 devido ao risco, ainda que extremamente raro, de essa vacina provocar a poliomielite em vez de proteger contra a doença. A ideia é substituí-la progressivamente pela versão injetável.

Hoje, existem duas vacinas contra poliomielite: a vacina oral de poliomielite (VOP), também conhecida como gotinha ou Sabin, e a vacina inativada de poliomielite (VIP), que é injetável e também conhecida como Salk.

A vacina oral foi responsável por erradicar a doença no país há mais de 20 anos após campanhas de vacinação protagonizadas pelo personagem Zé Gotinha. Ela é feita com vírus vivos atenuados e a injetável é feita com vírus inativados. Em uma situação em que a poliomielite é endêmica, a gotinha tem a vantagem de garantir uma proteção indireta para a população que não foi vacinada, segundo o médico Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

O problema é que, em situações muito raras, estimadas e uma a cada um milhão de crianças vacinadas, o vírus sofre uma mudança e passa a provocar a paralisia infantil, em vez de proteger contra a doença.

De acordo com o planejamento da Iniciativa Global de Erradicação da Poliomielite, parceria da qual a OMS faz parte, a eliminação total da vacina oral deve ocorrer até 2020.

No Brasil, a vacina injetável entrou no Calendário Nacional de Vacinação em 2012 para substituir a gotinha na primeira e segunda dose do esquema vacinal. Com a mudança anunciada nesta semana, a vacina injetável passou a ser indicada também para a terceira dose.

Por enquanto, a vacina oral continua sendo indicada para as duas doses de reforço.

 

Comentários
Os comentários ofensivos, obscenos, que vão contra a lei ou que não contenha identificação não serão publicados.