Testemunha relata que crianças apanhavam e eram castigadas com pimenta na boca na casa de Flordelis

Na segunda fase das investigações da morte do pastor Anderson do Carmo, marido da deputada federal Flordelis dos Santos de Souza (PSD), a Polícia Civil do Rio buscou reconstruir a história da família da parlamentar, na tentativa de decifrar o crime e suas possíveis motivações. Uma testemunha localizada pelos investigadores e que trabalhou com o casal no fim dos anos 90 revelou ter presenciado crianças sendo agredidas fisicamente na casa de Flordelis e até mesmo punidas com pimenta na boca. A mulher ainda relatou que alguns adolescentes acolhidos pela pastora trabalhavam e todo dinheiro ficava com Flordelis e Anderson.
Maria Aparecida Limeira, de 69 anos, prestou depoimento na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá no dia 18 de outubro do ano passado. A mulher, que morou na casa de Flordelis no Rio Comprido no fim dos anos 90, ajudando a cuidar das crianças, relatou que presenciou práticas com as quais não concordava.
Segundo trecho do depoimento, ao qual o EXTRA teve acesso, Maria Aparecida “percebeu que algumas crianças, quando faziam algum tipo de bagunça ou se comportavam de forma que desagradava, apanhavam fisicamente de Flordelis”. Ela contou ainda que “chegou a presenciar Flordelis ou Anderson passando pimenta na boca de criança que falasse palavrão”.
A mulher disse à polícia que isso lhe incomodava, pois estava ali de forma voluntária, “acreditando no bom acolhimento daquelas crianças”. Maria chegou a deixar um filho aos cuidados de Flordelis, e foi assim que conheceu o trabalho da pastora e passou a frequentar sua igreja.
Na semana passada, o EXTRA já havia revelado que Lucas Cézar dos Santos, filho adotivo de Flordelis e Anderson, afirmou à polícia que a mãe tinha um taco de basebol “para bater nos outros”. O rapaz está preso acusado de participação na morte do pai.