Árvore 'Bisavô' no Chile pode ser a mais antiga na Terra: 5.484 anos

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Gran Abuelo, ou Bisavô, árvore no Chile (Foto: Reprodução/Twitter)
Gran Abuelo, ou Bisavô, árvore no Chile (Foto: Reprodução/Twitter)

O título atual é ostentado por Matusalém, um pinheiro bristlecone no leste da Califórnia (EUA), reconhecido como a árvore não clonal (uma planta que não compartilha um sistema radicular comum) mais antiga do mundo. Porém os dias de glória de Matusalém podem estar contados, já que estima-se que Gran Abuelo (Bisavô), um cipresteda-Patagônia no Sul do Chile tenha 5.484 anos, contra os 4.853 anos da "concorrente" americana, de acordo com artigo publicado na revista "Science".

A idade de Bisavô, com 30 metros de altura e situada na região de Los Ríos, foi calculada segundo modelos informatizados e métodos tradicionais de contagem do tempo de vida de árvore, mas a ratificação da marca ainda depende de outras verificações.

O líder do estudo é o o climatologista Jonathan Barichivich, 41 anos.

"Era como uma cachoeira de verde, uma grande presença diante de mim", disse ele sobre o primeiro encontro com Bisavô, por volta de 1921, quando começou a desenvolver um forte laço com a árvore.

Gran Abuelo, ou Bisavô, árvore no Chile

Gran Abuelo, ou Bisavô, árvore no Chile Foto: Reprodução/Science

Barichivich cresceu no parque nacional Alerce Costero, 800 km ao sul da capital do país, Santiago. É o lar de centenas de ciprestes ou alerces (Fitzroya cupressoides), coníferas de crescimento lento nativas dos vales frios e úmidos do sul dos Andes.

Em janeiro de 2020, Barichivich visitou o Gran Abuelo com seu mentor e amigo, Antonio Lara, dendrocronologista (especialista em técnica de datação que se baseia nos anéis de crescimento das árvores) e professor da Universidade Austral do Chile, para tirar uma amostra do tronco, que tem 4 metros de diâmetro na base. Eles conseguiram atingir apenas 40% da árvore, pois o seu centro provavelmente está podre, tornando um núcleo completo inatingível. No entanto, essa amostra rendeu uma descoberta de cerca de 2.400 anos.

Barichivich começou a desenvolver um modelo que pudesse estimar a idade de Bisavô. Tomando as idades conhecidas de outros exemplares na floresta e levando em consideração o clima e a variação natural, ele chegou a uma estimativa surpreendente de 5.484 anos.

"Confio plenamente na análise que realizou Jonathan Barichivich", afirmou à "Science" Harald Bugmann, um dendrocronologista da ETH Zürich. O colega chileno, por sua vez, afirma que há 80% de chance de o seu cálculo estar correto.


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