Imprensa da capital vê 'caminho livre' para facção após prisão de Fahd Jamil

Apontado como criminoso de maior poder e respeito da região fronteiriça, ele foi preso preventivamente pelo Garras hoje em decorrência da Operação Omertá

Fahd Jamil Georges se entregou para o Garras na manhã desta sexta-feira em Campo Grande (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Fahd Jamil Georges se entregou para o Garras na manhã desta sexta-feira em Campo Grande (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

A imprensa de Campo Grande aponta caminho livre para facção criminosa paulista PCC (Primeiro Comando da Capita) na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai após a prisão de Fahd Jamil Georges, de 79 anos, ocorrida na manhã desta segunda-feira (19).

Apontado como criminoso de maior poder e respeito da região fronteiriça e implicado em denúncias decorrentes da Operação Omertá, ele se entregou para o Garras (Delegacia Especializada de Repressão Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) no Aeroporto Santa Maria, na capital sul-mato-grossense.

Segundo a Polícia Civil, neste ato foi cumprido mandado de prisão preventiva em desfavor de denunciado. No entanto, em carta de esclarecimento divulgada pelos advogados, Fahd nega o cometimento de crimes e alega ser “um homem idoso, doente e sob perseguição de criminosos”.

Para a imprensa da capital, parte dessa argumentação é verdadeira e diz respeito ao avanço do PCC em busca do controle absoluto da rota de ingresso em território nacional dos produtos oriundos do tráfico de drogas e armas.

“Facção criminosa mais poderosa da América do Sul na atualidade, o PCC (primeiro Comando da Capital) deve ganhar ainda mais terreno e comandar sozinha o fornecimento de maconha e cocaína na fronteira. Todos os sucessores de Fahd já estão mortos e o filho, Flávio Correia Jamil Georges, o ‘Flavinho’, que poderia tocar os negócios, também é procurado pela polícia e jurado de morte na linha internacional”, noticiou o Campo Grande News nesta manhã, mencionando análises de fontes que conhecem a região.

Já o Midiamax cita “analistas de geopolítica do narcotráfico” segundo os quais a prisão de Fahd “marca a derrocada dos locais – que dominam a fronteira no tráfico – para a facção criminosa PCC, que desde a execução de Jorge Raafat em junho de 2016, briga para dominar a região que é grande porta de entrada para cocaína e armamento de guerra, que é enviado para os grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro, abastecendo assim, outros grupos criminosos”.

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