Vídeo mostra operação policial na área de conflito em Caarapó (assista)

  • André Bento e Sidnei Bronka
Policiais de diversas forças de segurança pública atuam na área do conflito em Caarapó (Sidnei Bronka/94FM)
Policiais de diversas forças de segurança pública atuam na área do conflito em Caarapó (Sidnei Bronka/94FM)

Negociadores das forças de segurança pública deslocadas para a área de conflito fundiário em Caarapó ainda tentam recuperar as armas que índios tomaram de três policiais militares feitos reféns na manhã desta terça-feira (14). A ação conjunta entre PM (Polícia Militar), DOF (Departamento de Operações de Fronteira), PRF (Polícia Rodoviária Federal) e PF (Polícia Federal) ocorre onde um índio morreu e ao menos sete ficaram feridos após confronto com produtores rurais nesta manhã.

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Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza, de 23 anos, foi morto a tiros na fazenda Yvu, propriedade vizinha à Aldeia Te' Ýikuê que guaranis-kaiowá invadiram no domingo. Jesus de Souza, de 29 anos e um adolescente de 12 anos, ambos feridos no abdômen, passaram por cirurgia no Hospital da Vida em Dourados, para onde foram transferidos.

Também foram internados no HV Libesio Marques Daniel, de 43 anos, ferido no tórax, barriga e cabeça, Norivaldo Mendes, de 37 anos, ferido no tórax e barriga e Valdilio Garcia, de 26 anos, ferido no tórax. Outras vítimas que tiveram ferimentos mais leves permaneceram no Hospital São Mateus, em Caarapó, onde todos haviam recebido os primeiros atendimentos.

Uma equipe da Polícia Militar que acompanhava o Corpo de Bombeiros e demais socorristas na região foi feita refém por indígenas. Um cabo e dois soldados da PM chegaram a ser espancados e tiveram os corpos cobertos com gasolina pelos agressores, que roubaram as armas dos militares.

O Conselho Aty Guasu informou na página social que mantém no Facebook que às 9h de hoje “mais de 70 fazendeiros e seus pistoleiros atacaram a tiros às comunidades Guarani e Kaiowa. Mais de 10 indígenas são feridos e 1 um líder foi atingido na cabeça e morreu na hora na terra indígena Teyi Jusu reocupada”. Um vídeo do suposto ataque chegou a ser divulgado nas redes sociais.

Um produtor rural que falou sob a condição de não ter o nome divulgado informou que um grupo de fazendeiros se reuniu e nesta manhã foi até a fazenda que havia sido invadida no domingo com o objetivo de reavê-la. Ele afirmou que conseguiram retomar a propriedade, mas negou que tenha ocorrido um confronto.

A fazenda Yvu era propriedade de Sylvio Mendes Amado, que já faleceu. Atualmente, está no nome do marido de uma filha, pecuarista de 54 anos que mora em Campo Grande. Mas seria um filho dele o responsável por cuidar da propriedade, que foi invadida por guaranis kaiowá no domingo. Os indígenas alegam ser donos da terra, que teria passado por processo de demarcação em 2015.

Na área onde a polícia tenta negociar a devolução das armas tomadas dos militares, índios atearam fogo em um canavial. A fumaça dificultou o trabalho de um helicóptero da PRF utilizada para sobrevoar o local e auxiliar na observação do território. Assista:

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