Câmara cassa mandato de Bernal por 23 votos a 6

Prefeito de Campo Grande perderá mandato para o vice

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Em dia histórico, a Câmara Municipal cassou, por 23 votos a 6, o mandato do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP). Eleito em outubro de 2012 com 270 mil votos, foi julgado por um dos nove crimes que teria cometido em um ano e dois meses de gestão.

No primeiro crime, que foi a contratação emergencial da Salute para o fornecimento de merenda por R$ 4,7 milhões, os vereadores votaram pela cassação do mandato do prefeito.

Os vereadores do PMDB, Mario Cesar Oliveira, presidente do legislativo, Edil Albuquerque, Vanderlei Cabeludo, Paulo Siufi e Carla Stephanini, votaram sim. A vereadora foi mais expansiva na declaração de voto. “Por amor a Campo Grande, voto sim”, destacou.

Os vereadores do PSD, Chiquinho Telles, Coringa e Delei Pinheiro, foram concisos na declaração de voto e disseram sim.

Os petistas Zeca do PT, Ayrton Saraiva e Marcos Alex votaram contra a cassação e acusaram golpe. O líder do prefeito fez o discurso mais emocionado e voltou a clamar que lutará até onde puder pela manutenção do mandato do prefeito.

A bancada do PTdoB (Flávio César, Eduardo Romero e Otávio Trad) votou unida pela cassação.

Já a bancada do partido do prefeito, do PP, votou dividida. Cazuza, fiel escudeiro, votou contra. Já o vereador Chocolate, que foi aliado e até chegou a ser expulso, votou pela cassação de Bernal.

A bancada do PR, formada por Jamal Salem e Grazielle Machado, também votou unidade pela cassação do prefeito.

Os tucanos Rose Modesto e João Rocha votaram juntos pela cassação.

O Gilmar da Cruz (PRB) surpreendeu e votou pela cassação. Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), afirmou que era um dia importante na sua vida. Ele lembrou que votou contra a abertura da Comissão Procesante. “Vou seguir a consciência do povo e do meu trabalho”, afirmou. “Infelizmente, o meu voto é sim”, lamentou. Ele até admitiu que votaria contra, mas voltou atrás porque "os companheiros roeram a corda".

Juliana Zorzo (PSC) lamentou os xingamentos e votou a favor da cassação do prefeito, apesar do partido ter indicado o suplente de senador, Pedro Chaves, para assumir a Secretaria Municipal de Governo. Ele citou todas as denúncias contra o prefeito para justificar o voto pela cassação.

O vereador Edson Shimabukuro (PTB) também votou sim.

Relator da CPI do Calote, o vereador Elizeu Dionízio (SDD) afirmou que votou a favor da cassação do prefeito da Capital "com muita tristeza". "Nosso prefeito achou que, por carregar Jesus no nome, estava acima de tudo", lamentou o parlamentar, que até foi atacado pelo prefeito na tarde desta quarta-feira.