Com suspeita de irregularidade nos medidores, Assembleia deve abrir CPI contra Energisa

Deputado Marçal assina pedido de abertura de CPI e entrega ao presidente da AL, Paulo Corrêa - Foto: Luciana Nassar/ALMS
Deputado Marçal assina pedido de abertura de CPI e entrega ao presidente da AL, Paulo Corrêa - Foto: Luciana Nassar/ALMS

Com 17 assinaturas de deputados estaduais, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul deverá abrir a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a concessionária de energia elétrica Energisa. Coautor da nova CPI que foi apresentada nesta quarta-feira (06) na Casa de Leis, o deputado estadual Marçal Filho (PSDB) ocupou a tribuna para informar que, diante de fato determinante, os parlamentares agora poderão dar andamento aos trabalhos.

“Precisávamos desse fator para criar a CPI. Ela não poderia, de forma alguma, ser constituída com base em denúncias sem indícios de provas”, disse o parlamentar. A CPI tem como propositor o deputado Felipe Orro, colega de partido de Marçal Filho. A primeira proposta para criar a Comissão foi apresentada pelo deputado Capitão Contar (PSL), no entanto, não conseguiu assinaturas de um terço dos parlamentares (8 deputados) para criar a Comissão.

A suspeita de irregularidade no medidor de energia foi o que motivou o pedido de criação da nova CPI. “Felipe Orro trouxe esse fato, com prova, requisito legal e necessário para se abrir a Comissão e por isso passei a assinar como coautor”, explicou o parlamentar. Ele utilizou a tribuna da Assembleia para falar em nome dos demais deputados que assinaram o documento.

O requerimento com pedido de criação da CPI foi entregue ao presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Corrêa, juntamente com a assinatura dos 17 deputados que até a manhã desta quarta assinaram o documento. No pedido consta “haver possíveis irregularidades no sistema de medição de energia elétrica e na realização de leitura de consumo de energia baseado em média de consumo por mais de três ciclos consecutivos, que acarretaram no aumento injustificado de valores na fatura por unidade consumidora, comprometendo a qualidade dos serviços prestados pela empresa Energisa em todo Mato Grosso do Sul, a partir de dezembro de 2018”.

Marçal Filho questiona a autorização dada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) as distribuidoras, para estimarem a fatura por até três meses consecutivos, e no quarto mês, terem a oportunidade de cobrar o que foi consumido, incluindo eventuais diferenças não contabilizadas anteriormente. “Isso precisa ser corrigido, inclusive vou propor um projeto de lei para que todos os meses ocorra a leitura presencial”, informou o deputado.

Ele lembra que nenhum dos parlamentares estava satisfeito com a audiência ocorrida no início do ano na Assembleia, com a presença dos diretores da Energisa. O argumento utilizado pelos representantes da concessionária, pelo aumento nas contas de energia, foi o alto consumo devido ao calorão registrado entre o final do ano passado e início deste ano, somado a carga tributária pela transmissão de energia no Estado.

Para Marçal Filho, o consumo, de fato, pode ter aumentado no início de ano quando crianças passam mais tempo em casa, devido a férias escolares, no entanto, esclareceu que muitas pessoas ficaram muitos dias longe de casa, em viajem, e as contas vieram nas alturas. Outra problemática apontada pelo parlamentar é sobre a tecnologia antiga presente na rede elétrica e na casa dos consumidores.

Já foi constatado que bairros mais antigos, com rede antiga, os valores nas contas de energia são mais elevado.  “São vários os fatores que precisam ser discutidos e investigados para que possamos pedir melhorias e corrigir falhas”, acrescentou Marçal Filho.

A CPI apresentada por Felipe Orro e Marçal Filho será composta por cinco parlamentares titulares e mais cinco suplentes. Depois de implantada terá prazo de 120 dias para conclusão dos trabalhos. 


Comentários
Os comentários ofensivos, obscenos, que vão contra a lei ou que não contenha identificação não serão publicados.
  • Elizabete Del Vechio

    Elizabete Del Vechio

    Parabéns Deputado Marçal filho tem que fazer CPI mesmo pq estamos pagando um absurdo pelo valor da energia!! Esse mês de outubro vi o rapaz fazendo a leitura a mais de 1 metro do lado de fora do portão não deu tempo nem de eu falar que estava errado a maneira de leitura, pois a conta já estava saindo dá maquininha!! Ahh faz favor vc acha que essa leitura foi correta? Tenho certeza que não foi! Então tem que investigar mesmo pq dinheiro não dá em árvore estão passando a mão no consumidor!! Eu sei está com altas temperaturas mas e quem economiza usa só ventilador poucas luzes acesas e não baixa a conta!! Tá difícil

  • paulinho

    paulinho

    Nao existe o imetro que fiscaliza bombas de gasolina nos postos de gombustiveis que eles tambem sejao preparados pa aferir relogio de energia em residencias e comercio vai dar mais trtansparencia e segurança para o consumidor

  • carlos barbosa

    carlos barbosa

    É plausível essa iniciativa dos nossos deputados, PARABÉNS!!! A população consumidora não aguenta mais tanta roubalheira dessa empresa ENERGISA. O PROCON não consegue resolver nada, A DEFENSORIA nem chega a iniciar os processos para então chegar ao Fórum. Temos que pagar o valor que eles determinarem, sem poder reclamar. É uma MÁFIA DE DINHEIRO ROUBADOS DE TRABALHADORES HONESTOS QUE QUASE NÃO PARAM EM SUAS CASAS. CHEGAM SÓ PRA DORMIR. E AINDA SIM A CONTA DE ENERGIA VEM UM ABSURDO.

  • toninho

    toninho

    Outro fator que deveria estar a disposiçao do cliente e um empresa especializada em aferimento de relogios que mede o consumo nas residencias e empresas esses relogios pode ser alterados e o cliente nao tem a quem recorrer. chega de sermos enganados.