Maioria dos brasileiros quer fim de todos os cargos de vice

Para 53,4% dos brasileiros, os cargos de "vice" deveriam ser extintos. Para estas pessoas, segundo uma pesquisa exclusiva feita pelo Instituto Paraná Pesquisas a pedido do R7 Planalto, o Brasil deveria acabar com os cargos de vice-prefeito, vice-governador e vice-Presidente.

Por outro lado, 41,0% acreditam que estes cargos deveriam ser mantidos como estão e outros 5,6% não souberam ou não quiseram opinar.

De acordo com o levantamento, a defesa da extinção dos cargos de vice é maior entre os homens (55,4% são favoráveis ante 51,4% das mulheres), eleitores com idades entre 45 e 59 anos (65,3%) e eleitores com apenas o ensino fundamental completo (55,5%). Por regiões, são os moradores do Norte e Centro-Oeste (agrupados) que mais apoiam o fim da função, com 57,6% favoráveis.

O cargo de vice-Presidente já foi extinto duas vezes anteriormente, em 1934 a Carta Magna extinguiu o cargo, que foi restabelecido pela Constituição de 1946. Após 15 anos, em 1961, com a adoção do sistema parlamentar de governo, o cargo foi novamente extinto, e em 1967 mais uma vez restaurado.

Em 2004, o então deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) apresentou um projeto de emenda à constituição propondo a extinção dos cargos de vice no Poder Executivo, sendo, este, arquivado em janeiro de 2007.

O vice-presidente, no princípio do cargo, exercia apenas a presidência do Senado Federal. Hoje, o vice substitui o presidente da República em casos de impedimento ou de viagem do titular. Além disso, integra os conselhos da República e o de Defesa Nacional. Ambos órgãos de consulta do presidente, os quais se manifestam, entre outros assuntos, sobre intervenção federal, estado de sítio e declaração de guerra.

No Brasil, há uma certa tradição no ganho de importância de ocupantes do cargo. Ao todo 3 vice-Presidentes já assumiram definitivamente o maior cargo da República. José Sarney tomou posse em 1985, após a morte de Tancredo Neves, antes mesmo deste exercer seu primeiro dia no cargo. Em 1992, Itamar Franco assumiu como chefe do executivo após a renúncia de Fernando Collor de Mello, durante o processo de Impeachment, quando estava no final de seu segundo ano de governo.

O impeachment também foi o responsável pela ascensão de Michel Temer ao cargo, em 2016, após cinco anos de governo de Dilma Rousseff.

A pesquisa foi realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas com 2.184 brasileiros maiores de 16 anos, em 170 municípios de 26 Estados e do Distrito Federal. As entrevistas foram realizadas por telefone entre os dias 17 e 20 de julho de 2019. A amostra tem grau de confiança de 95% para uma margem estimada de erro de aproximadamente 2 pontos percentuais para os resultados gerais.


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