Prefeito emprega desde esposa até tio no interior de MS e diz que 'está dentro da lei'

Além da esposa, uma das duas enteadas do prefeito trabalha no hospital da cidade

O prefeito da cidade de Camapuã, a 135 km de Campo Grande, Marcelo Pimentel Duailibi (Dem) tem em sua lista de nomeados pessoas muito próximas de sua convivência familiar. Isso porque, estão empregados na prefeitura ou recebem dinheiro dela, esposa, enteadas, cunhado, tio e outros apaniguados.

A lista começa pela esposa de Marcerlo, Djasli Barbara Cestari Maiaroti, que é a Secretária Municipal de Assitência Social de Camapuã. Recentemente, o MPE (Ministério Público Estadual) foi à Justiça e conseguiu o afastamento imediato da esposa do prefeito de Jardim, que em caso semelhante chefiava a Secretária de Assistência Social daquela cidade. A acusação do MPE foi de nepotismo.

Além da esposa, uma das duas enteadas do prefeito trabalha no hospital da cidade. Em uma consulta rápida no Cnes (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde), é possível conferir que Helga Maiaroti (filha de Djasli) começou a trabalhar no hospital Sociedade de Proteção a Maternidade e a Infância de Camapuã, em 1º de março de 2013, como enfermeira contratada.

Já a outra enteada, Juliana Maiaroti, é responsável pela Casa de Amparo às Crianças Carentes – Creche Menino Jesus, entidade que já foi dirigida por Marcelo Duailibi e se sustenta em grande parte por convênio com a prefeitura. Em 2012 eram repassados pouco mais de R$ 50 mil anuais. Em 2013 esse valor saltou para R$ 62 mil. Quem cuida desse repasse é a tesoureira da entidade e cunhada de Marcelo, Liliane Cássia Dias Neris Cestari.

Outro que além de fornecedor é servidor, é o irmão da primeira dama, cunhado do prefeito, Vitor Alberto Cestari, que é marido de Liliane Cássia Dias Neris Cestari. Sócio da Drogaria Oliveira Cestari, que presta serviço para a prefeitura, teve seu nome trocado no contrato com o do outro sócio, Jaime Castro de Oliveira Filho, em 18 de junho de 2012. Vitor ainda acumula o cargo de farmacêutico bioquímico lotado na secretária municipal de saúde de Camapuã.

Na lista de parentes consta o tio do prefeito, Maurício Duailibi, nomeado secretário municipal de Assuntos Jurídicos, cargo criado após recente reforma administrativa proposta pelo prefeito e aprovada pelos vereadores. O Decreto da nomeação de Maurício é do dia 27 de março, entretanto, os efeitos do contrato tem início no dia 18 de março de 2013.

Em relação aos apaniguados há o caso de Heloisa Ortelan Sant’ana de Rezende. Ela foi nomeada professora de inglês da rede municipal de ensino, lotada na secretaria de Educação, Cultura, Esporte e Lazer, chefiada pela mãe dela, Célia Ortelan de Rezende, desde fevereiro de 2009.

Outro lado

Procurado pela reportagem o prefeito disse que não vê qualquer irregularidade com nenhum deles. “Existe uma legislação que permite que a mulher do prefeito ou tio, no caso, podem ocupar cargos desde que sejam secretários. A gente está dentro da legislação. Sobre as minhas enteadas, a Helga não trabalha na prefeitura: o hospital é filantrópico. Já a Juliana está há quatro ou cinco anos como presidente da creche que é filantrópica, ou seja, ninguém lá recebe salário. Eu e minha família tocamos essa creche desde 1996. Já era pra Juliana ter saído, mas pede pra ver se tem alguém querendo assumir”, declarou.

Sobre o cunhado, o prefeito informou que ele é funcionário concursado da prefeitura e que as compras de remédios são feitas por meio de licitação. Já o emprego da filha da secretária de educação, Duailibi garante que foi conseguido por meio de processo seletivo. “Aqui, principalmente na educação, para a gente contratar precisa fazer processo seletivo. Não é porque é filho de alguém que é contratado”, finalizou.