Catástrofes e esperança: Mariana e COP 21

  • Mazé Torquato Chotil
Catástrofes e esperança: Mariana e COP 21

Paris, que foi notícia no mundo inteiro há 15 dias, continua chamando a atenção a partir deste final de semana com as reuniões que começam por conta da COP 21. Já ficou difícil circular na cidade e entre ela e os aeroportos, mas a causa, desta vez é boa: encontrar compromissos que nos permitam, ao mundo inteiro, pois a terra é uma só, preservar o meio ambiente com políticas que o proteja.

Políticas responsáveis, mobilização da sociedade devem evitar catástrofes como a de Mariana que também ocupou as colunas da imprensa francesa, o “tsunami marron” como chamou Libération, para se referir a lama tóxica de minerais e das negligências da empresa Samarco e políticas, ou a falta delas, do governo brasileiro. O artigo – muitos outros foram publicados na imprensa desde o começo do mês – criticava a Vale e a BHP Billito, proprietários da Samarco poluidora, ao mesmo tempo que as autoridades brasileiras, suspeitas de neglicência, por não ter plano de supervisão, de fiscalização da empresa que nem alarme tinha previsto para avisar a população em caso de problema. Sabe-se que ela teve um lucro líquido de R$ 2,8 bilhões em 2014, mas pouco investiu em segurança para prevenção de acidentes.

Enorme catástrofe. Vidas humanas, animais, flora perdidas... cuja recuperação levará décadas. Poluição impensável em países do primeiro mundo. O mal é claro, também econômico, e enorme, poderia e deveria ser evitado. A população que vivia da pesca nos arredores do rio, os ribeirinhos, por onde circulou a lama tóxica, perdeu suas atividades econômicas.

A reação de parte da sociedade civil foi vista, mas por que não tem força o suficiente para pressionar os representantes no Congresso, a fim de mobilizar a sociedade civil na sua totalidade de forma a exigir que multinacionais tenham uma responsabilidade pelas vidas das pessoas e do meio ambiente na sua globalidade, por causa de estratégias rapidas visando lucros máximos? Em pleno século 21, com tantos conhecimentos acumulados sobre perigos, tragédias como estas não deveriam ser possíveis.

Por isso acho importante que países do mundo inteiro possam se reunir para discutir, tomar decisões, assinar acordos sobre redução de gases de efeito estufa. Informar e formar suas populações em seguida. A responsabilidade pelo meio ambiente, pelo mundo em que vivemos é de todos nós. Enquanto cidadão, devemos nos perguntar que atitudes responsáveis podemos adotar? Ser informado e formado nas escolas, pelo ministério do meio ambiente, mas também pelas secretarias estaduais e municipais sobre estas questões. Podemos, também, através de ONGs, de grupos de reflexão, agir em favor do nosso canto, do nosso planeta de forma a passar pelo mundo sem deixá-lo pior do que o encontramos, às gerações futuras.

Inovações como as que nos darão outras formas de energia a fim de sairmos do reinado do petróleo que polui enormemente e que dá dinheiro a países onde a riqueza só vai para o bolso de minorias, ou em outros casos, alimentar guerras por causa de disputa da riqueza.

Precisamos nos perguntar que desenvolvimento queremos?  Deixar de lado o que nos agride, optar por atos, objetos, que poluem menos, pelos que respeitam a humanidade, os animais, a flora, ou seja, plantar seu gão de areia. Para isso é preciso se informar sobre como funcionam as coisas, os interesses, estar atento à questão. Preservar o meio ambiente é um dever de todos.

 

Bom final de semana

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