Falando de Brasil na França

  • Mazé Torquato Chotil
Falando de Brasil na França

O Brasil esteve presente, esta semana, em muitas páginas de jornais, sites internet, programas de debates de rádios aqui na França. E também no festival de Cannes, onde o filme “Aquarius”, segundo longa metragem de Kléber Mendonça Filho, que recebeu artigo elogioso do Le Monde, concorre.

Se os atores do filme de Mendonça manifestaram nas escadarias do palácio contra o processo de impeachment que tirou Dilma Rousseff do poder para colocar Temer, jornalistas e analistas políticos, intelectuais, por exemplo do programa de rádio Esprit public, espírito público no pé da letra, de Philipe Meyer, tentam compreender porque um país que esteve na cena internacional como um emergente que tinha tudo para se deslanchar, se encontra hoje em maus lençóis econômicos e políticos. E sobretudo, como sair desta.

Um dos analistas do programa Esprit Public pensa que as mudanças existentes nas últimas décadas no país, como acesso à educação e a passagem de uma certa população a classes sociais mais elevadas, trouxeram o desejo de parte importante da sociedade de renovar a democracia existente, acabar com a política clientelista do passado, de corrupção da classe política, inclusive citando os problemas de Temer com a justiça. Tudo isso não é mais compatível com um país moderno que o Brasil quer ser.

Particularmente, tem sempre um francês que, sabendo que sou brasileira, vem me perguntar o que acho da situação, se vai ter Jogos Olímpicos... Enquanto isso, muitas outras manifestações por aqui, como “Nuits debout”, na Praça da República, debates em universidades... Uma enxurrada de repercussões negativas para a imagem do Brasil que precisa encontrar rapidamente uma saída digna. 

Bom final de semana

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