Finalmente, a chegada!

  • Mazé Torquato Chotil
Finalmente, a chegada!

Ufa! Felizmente, após mais algumas horas de caminhada chegamos à sétima linha. Nos dirigimos ao lado nascente, onde estava situado nosso lote, nosso futuro. A cada dois quilômetros e meio tinha uma linha, uma entrada: lado nascente e poente, onde muitas almas trabalhavam. Entramos na picada. Não cruzamos ninguém até chegar no local.

Depois da esquina, não tinha ninguém morando, só vindo de vez em quando para derrubar e plantar. As crianças continuavam no lombo da égua com o pai. E eu, à pé, com a pequena no colo. Quando passou o córrego, o lugar onde iríamos buscar água nos próximos dias, teu pai disse às crianças que já estávamos quase chegando.

Passarinhos cantavam, o vento soprava as folhas das árvores, cipós atravessavam a picada. Comecei a ficar com medo. Tinha pensando na possibilidade de ter terras, ser dona do nosso nariz, mas não tinha imaginado que estaríamos entrando no mato com crianças pequenas. Pensei que estávamos ficando loucos de entrar naquele mato. Ninguém que pudesse ajudar em caso de necessidade! Quatro ou cinco lotes mais adiante, nossa terra estava lá de braços abertos para nos acolher. Quando avistamos a casinha de pau-à-pique, teu pai disse que era ali.

 

Trecho do meu livro “Minha aventura na colonização do Oeste” disponivel na Livraria Cando das letras.

 

Bom final de semana!

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