Livros, leitura e bibliotecas em Paris

  • Mazé Torquato Chotil
Livros, leitura e bibliotecas em Paris

Aprendi muito com pessoas sábias, sensíveis que nunca tiveram a oportunidade de ler livros. Mas também aprendi muito com livros. Descobri mundos com eles, grandes amigos. Suas histórias me emocionam, me fazem viajar, aprender... Qualquer tempo é tempo para descobrí-los. Eu só tive a oportunidade de começar a lê-los aos meus 7 anos, já passados. Nascida do meio do ano, só fui para a escola no ano seguinte. Assim, o primeiro livro que me despertou para a leitura foi a cartilha “Caminho suave”, que recebi da minha irmã mais velha e depois passei para a que vinha depois de mim. Nela, cada página era dedicada à uma letra “O rato roeu a ropa do rei de roma”, “Ivo viu o ovo”...

Meu primeiro livro, meu mesmo, foi um atlas, raro livro existente em casa, que ganhei do meu pai quando esteve em São Paulo, pelos meus 11/12 anos. “O que você quer que eu trague pra você, minha filha?” me perguntou ele antes da viagem. Não porque tinha o hábito de viajar e muito menos de comprar presentes. Ele queria me agradar, agradecer o fato que era seu braço direito e na sua ausência, sabia que me empenhava no negócio de secos e molhados que tinha.

“Um atlas”, respondi. Acho que queria ver o mundo. Gostava de ir à biblioteca que existia na já cidade de Glória de Dourados, nos anos em que a televisão era coisa de São Paulo. Eu a frequentava para fazer trabalhos escolares em grupo. Li muito, com minha amiga Ivete Olinski, no período em que meu irmão teve banca de revista sortida com livros de bolso, revistas... tudo que passava ia devorando, sobretudo nas tardes de domingo.

Depois, em São Paulo, conheci outras bibliotecas, tive a oportunidade de direcionar minhas leituras. Aqui, em Paris, descobri muitas outras, assim que a presença importante do público nelas. Não posso dizer neste momento qual é a taxa de empréstimos efetuada por cada parisiense, mas vejo muita gente nelas, sobretudo aos sábados para fazer os empréstimos das leituras da semana. Ler por aqui começa com os livros de capa grossa ou de plástico (para a hora do banho) quando se é ainda bebê. Depois, adquirido o hábito, se lê em casa, na biblitoeca da escola, no trajeto em direção ao trabalho, no parque e tantos outros momentos.

74 é o número de bibliotecas municipais da cidade de Paris, para uma população de um pouco mais de 2 milhões de pessoas. Umas são, digamos mixtas, com espaço para adultos, crianças e jovens. Em geral, elas são “jeunesse”, para crianças e jovens ou “adulte”, para adultos. São generalistas ou especializadas. Por exemplo a da prefeitura de Paris, “l’Hôtel de Ville” é especializada em história. Olha só a beleza dela. E tem uma quantidade de obras raras. 

 

 

 

 

 

 

Outras são especializadas, porém com acesso para todos, em prédios mais recentes, como a Buffon que possui espaços dedicados a obras musicais e línguas, inclusive o português (com livros revistas...), fora todos os livros que têm habitualmente uma biblioteca não especializada.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Outra biblioteca histórica que apresenta imporante interesse é a Forney, especializada em artes decorativas, publicidade, desenho e as profississões artísticas, tem um prêdio histórico, do século 16, uma das mais antigas casas do bairro, perto do rio Sena.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Saindo do círculo das bibliotecas municipais, existem muitas outras, mas queria terminar dando a vocês o prazer de ver a sala de leitura da Biblioteca nacional, a antiga, chamada agora “Richelieu-Louvois”, que ficou com as coleções de manuscritos, fotografias, música, artes do espetáculo, cartões, medalhas... uma sala oval, fantástica. Tinha um vídeo que fazia uma visita do lugar. Infelizmente, saiu do ar, por causa, imagino, dos trabalhos que a biblioteca está tendo atualmente.

Então, um bom livro neste final de semana? Boa leitura!

Até mais

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