Minha ginástica semanal

  • Mazé Torquato Chotil
Minha ginástica semanal

Quando comecei a estudar, já na vila, no começo dos anos 65, não tinha professor de ginástica na escola. Portanto, não sabia o que era exatamente. Mas ginástica fazia, sim! Todos os dias, sobretudo às noitinhas, quando brincava com as amigas de pega-pega, de salva e tantas outras brincadeiras que nos faziam transpirar e ter que lavar os pés novamente antes de dormir.

Quando a sexta série chegou, continuávamos sem ninguém para nos dar aulas, até que um professor resolveu improvisar e nos fazer cursos de ginástica. Marcou dia para começar. Devíamos vir de camiseta branca e de um short vermelho com elástico nas pernas. Nos pés um tênis do tipo conga. Não me vejo vestida desta forma, me lembro sim da informação que deveríamos chegar cedo, antes do horário das aulas. Eu tinha muita vontade de fazer ginástica na escola. Por quê? Não sei explicar!

Quando o dia chegou, me levantei muito cedo. Esperei a hora chegar, mas estava demorando tanto que resolvi ir para a escola assim mesmo. Mamãe sabia que deveria partir mais cedo que os outros dias. Saí sem fazer muito barulho. Me vejo na rua, em frente de casa, com o céu cheio de estrelas, tão iluminado! Estes céus do sul, que a gente tem a impressão que está tão pertinho das nossas cabeças tanto as estrelas são numerosas e brilhantes. Não era a única que estava querendo fazer ginástica mais cedo que o horário! Encontro minha amiga japonesa que também não pôde esperar. Estava lá e outras foram chegando. Logo éramos uma turminha de 10 pessoas esperando na frente do portão da escola banhadas de luz das estrelas.

E o tempo parado! Sempre na espera que parecia durar uma eternidade, até que aparece mais pessoas e, por fim, o professor de ginástica!

Ficou a lembrança daquele dia. Continuo a gostar de fazer ginástica. Mas destas tranquilas, sem música que ensurdece, sem aparelhos em casas especializadas onde o ar é sempre pesado. Atualmente, às quintas-feiras, deixo o trabalho mais cedo para correr ao ginásio onde uma associação organiza os cursos. Somos numeros – temos dois homens. É o melhor que já tive, dado por um professor que nos faz utilizar todos os músculos e explica o por que do que pede para fazer. Gosto e tento não faltar em nenhuma sessão. Nos finais de semana, ando de bicicleta ou a pé. E durante as férias escolares, quando o professor está de férias, gosto de fazer caminhadas. Longas, no meio da natureza. Muitas vezes com um circuito compreendendo lugares para ver. Unir o exercício físico com o mental. Nas imediações de Paris existe uma quantidade de caminhos para descobrir. No teu lugar, também!

Bom final de semana!

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