Na Bélgica

Escrevo da Bélgica, de Bruxelas, nesse momento. Terras de reis e de solidariedade. Cheguei ontem, quinta-feira, para apresentar na Maison de l’Amérique Latine, meu trabalho sobre o exílio de trabalhadores brasileiros. Noite de temperatura abaixo de zero, fora. Dentro do espaço de conferências, o calor do público. Alguns belgas e brasileiros que aqui vivem desde o período da ditadura e outros que chegaram depois. O país recebeu nos anos 80 uma quantidade de imigrantes econômicos. Fala-se de 50.000 brasileiros vivendo por aqui, o que é um número muito importante. Alguns ex-exilados tendo chegado depois de prisões e de exílio no Chile e na Argentina. Pude saber um pouco de suas experiências, trocamos informações sobre suas vidas passadas e presente.

Outros, jovens. Um brasileiro com uma Belga que quer conhecer melhor tudo que é relacionado com o Brasil, com seu amor. Outros jovens saindo após a conferência não pude saber de que universos eram. Jovens, o que é interessante, me deixa pensar que o trabalho de memória que realizo não é em vão.

Hoje à noite, estarei com a Rê, da Oca, associação brasileira que possui uma biblioteca e espaço de discussão. Serão mostrados ao público os dois livros que apresentei na Embaixada do Brasil mês passado, “Lembranças do sítio” e “Minha aventura na colonização do Oeste”, meus dois livros sul-mato-grossenses. Também espero encontrar ex-exilados que estiveram com José Ibrahim por aqui na época do seu exílio, de forma a terminar a biografia que estou escrevendo sobre ele.

Bom final de semana!