Nossos afrodescendentes europeus

  • Mazé Torquato Chotil
Nossos afrodescendentes europeus

Procurando um assunto para escrever aqui, me deparei com informações sobre uma família americana atacada por piratas no Pará, jogadores, entre outras notícias negativas publicadas na imprensa francesa, sobre o Brasil. Queria falar de uma positiva. E elas existem! Achei uma informação publicada nesta quinta pelo CNRS, uma espécie de CNPQ brasileiro, sobre uma pesquisa de história genética de afrodescendentes vivendo na América do Sul.

O Estudo feito por pesquisadores do laboratório de antropologia molecular e de imagem de síntese (CNRS/Université Toulouse III - Paul Sabatier/Université Paris Descartes) e do Laboratório de Eco antropologia e etnobiologia (CNRS/MNHN) coloca em evidência a conservação excepcional de 98% da herança africana das comunidades Negras chamadas "Marrom" compostas de africanos que se safaram da escravatura há mais de quatro séculos, na América do Sul, uma conservação que não se encontra no patrimônio genético dos afrodescendentes do Brasil e da Colômbia, por exemplo.

O Estudo compreende populações da Guiana Francesa, do Suriname, da Colômbia e do Brasil e utilizou 4,3 milhões de marcadores genéticos em mais de 230 pessoas da América do Sul e da África do Oeste.

A população "Marrom" tem ascendência direta de africanos que escaparam da escravidão formando comunidades independentes de pessoas livres que residem atualmente na Guiana Francesa e no Suriname. Ao contrário, os afros descentes do Brasil e da Colômbia tiveram uma mistura genética importante e só possuem 25% de genes africanos, com uma ascendência predominante paternal europeia.

O estudo mostra também as proximidades de cada população da América do Sul com as africanas. Os pesquisadores observaram que os "Marrons" e os afros colombianos têm uma proximidade com as populações de Gana, do Benin e da Nigéria ocidental, enquanto que a população afro-brasileira, a proximidade parece mais forte com as populações de Angola, o que corresponde com as fontes históricas.

Bom final de semana!

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