O necessário e o supérfluo

  • Mazé Torquato Chotil
O necessário e o supérfluo

Como resistir aos apelos dessa sociedade de consumo cujo marketing autoritário, a todo momento, nos diz que temos que consumir tal e tal produto? Ao ponto de muitos não poderem mais distinguir o que é sua necessidade própria ou “inventada” pelas mensagens de marketing divulgadas pela mídia? Como resistir às grandes marcas que terminam sendo os reis em toda parte do mundo? Por que tenho que calçar sapatos e sandálias que são impossíveis de guardá-los nos pés já que não foram feitos para que sejam confortáveis, mas obedecendo somente critérios de moda, perdendo seu objetivo?

Certa vez, vi uma equipe de producação japonsesa, num jardizinho de Paris, para fotografar uma modelo que devia usar sapatos tão altos incluindo uma plataforma, que ela chegou de chinelos. Depois, quando teve que colocar os ditos sapatos para a fotografia, ela não conseguia andar com eles e quase caiu. Para ganhar dinheiro, ela aceitou fazer a foto mesmo não usando tal produto. Ou seja, ajuda a difundir uma mentira.

E o fabricante, por que produz? Por que tem que responder aos apelos da moda? Por que deixam produzir tal produto se ele é malígno? E as pessoas que compram? Para mostrar que tem, estão na moda? Mesmo tendo problemas para a sua saúde física? Devemos nos questionar: que mundo é este? Porque nos deixamos “entrar nessa”.

Como ter consciência do que é importante ou supérfluo para nós? Voltar ao essencial. E o que é o essencial? O que não se pode dispensar, como a alimentação. Mas não quelquer alimentação, o que também deve ser essencial. Ou seja, precisamos de proteínas, de vitaminas, de minerais... mas não de açúcar, não precisamos de refrigerantes que contêm produtos químicos...

Estudiosos falam de necessidades fisiológicas, as mais básicas como a água, comida, ar, sexo..., que se não satisfeitas nos matam ou nos deixam mal. Uma vez que elas são safisfeitas, somente aí, podemos passar às outras necessidades como as de nos vestirmos, de segurança, sociais, espirituais...

Penso numa grande aberração, a exigência de ser muito magra para ser modelo, ao ponto de muitas serem anoréxicas. Nestes casos, acho sensato que as autoridades do setor façam barragem. E é o caso do projeto de lei que está passando no Congresso nacional aqui na França, proibindo pessoas que tenham um índice de massa corporal muito baixo de serem manequim, uma forma de impedir que as agências demandem a magreza neste tipo de trabalho (inferior a 18,° por exemplo, 55kg para uma latura de 1,75m).

Não deixemos nos enganar. Precisamos consumir responsáveis, pensar no nosso bem estar e o do nosso planeta. Não criar lixos inúteis para as gerações futuras. Saibamos o que é nécessário para nós enquanto cidadães e o que é superfluo.

Bom final de semana

Mazé Torquato Chotil

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