Pelo clima e pela paz

  • Mazé Torquato Chotil
Pelo clima e pela paz

Paris continua, até semana que vem, a capital da COP 21. Os chefes de Estado, que estiveram na cidade semana passada para abrir o evento, foram embora. Ficaram os negociadores, cientistas, técnicos, delegados, observadores, jornalistas... O acordo esperado ainda não foi assinado. A discussão fica difícil quando se tem cerca de 195 países em torno da mesa e interesses divergentes.

Entretanto, cada um pode fazer sua parte. Na programação da COP 21, nesta sexta-feira, 4 de dezembro, prefeitos do mundo inteiro devem se reunir na cidade a fim de trocar ideias de formas de atuação que possam preservar o planeta para todos.

Domingo passado, quando Dilma Roussef e cerca de outros 150 estadistas do mundo haviam chegado ou estavam à caminho da cidade, fui ver o centro da cidade de bicicleta, sob segurança máxima por causa dos atentados do 13 de novembro. De forma que o “estado de urgência” impediu as ONGs de participar das inúmeras passeatas que ocorrem no mundo inteiro pedindo medidas pelo clima, pela diminuição da poluição. Então, como manifestar apesar da proibição da passeata?

Uma das ideias em prática foi o depósito de sapatos na praça da República, altamente simbólica nestes dias pós atentados. As mais de 130 ONGs francesas que queriam participar da passeata mundial pelo clima, decidiram por esta manifestação. A praça inteira se encheu de pares de sapatos vindos de qualquer cidadão. A ideia é que eles serviram uma primeira vez pelos seus utilizadores, para a manifestação simbólica e servirão uma terceira vez para quem necessitar já que seriam encaminhados para a instituição Emaïus que trabalha com populações carentes.

Muita gente na praça depositando os sapatos. Até sapatos de papas chegaram. Quatro pares, ouvi dizer. Muitos com bilhete, ou com mensagens escritas, dizendo coisas em torno de “ando pelo clima”... sapatos de adultos, de crianças...ideia inteligente que chamou a atenção, sensibiliza na ação contra as emissões de gases causadores do efeito estufa.

Cada um pode agir. Das várias contribuições, ouvi uma emissão do programa CO2 mon amour que entrevistou Cyril Dion realizador com Mélanie Laurent do doucmentário Demain, Amanhã. A proposta foi sair do constato catastrófico para mostar experiências, do mundo inteiro, como pessoas inventaram um novo mundo, utilizando outras energias, outras formas de fazer a agricultura, a permacultura em especial, provando que rentabilidade é muito maior que a forma clássica, porém respeitando o meio ambiente, sem pesticida, de qualidade, integrando pessoas, formas de vida saudáveis... Sai nos cinemas parisienses no final do mês. Espero que também seja distribuído no mundo inteiro.

É isso, devemos forçar os estadistas a tomarem decisões políticas em torno do nosso clima, mas nós podemos enquanto cidadão agir. Nas pequenas coisas, economizando recursos, recusando de utilizar produtos que tenham custos importantes em matéria de poluição. Por exemplo, neste Natal, porque comprar brinquedos vindo do outro lado do mundo, quando um atesão, um artista da cidade poderia ter fabricado um?

Bom final de semana!

Mazé Torquato Chotil

Comentários
Os comentários ofensivos, obscenos, que vão contra a lei ou que não contenha identificação não serão publicados.