Renúncia, destituição? Contra a corrupção, pela democracia!

  • Mazé Torquato Chotil
Renúncia, destituição? Contra a corrupção, pela democracia!

Quarta-feira, após a saída do PMDB do governo, a imprensa francesa que vem acompanhando a situação política e econômica do Brasil deu mais uma notícia. O Le Monde tratou a questão em três páginas, com uma manchete tendo como título “Dilma Rousseff, um pouco mais próxima da destituição” e subtítulo “Perturbado, o PT da presidente Dilma mobiliza suas tropas”.

O jornal, em seu editorial, contesta o fato que o país esteja vivendo um “golpe de Estado”, uma vez que a destituição é prevista na Constituição brasileira. Ele lembra que a situação é idêntica a que viveu o país em 1990 quando o presidente da época, Fernando Collor de Mello, era acusado de corrupção. Na época, lembra o jornal, o PT disse que se tratava de um push e manifestou com o povo, empurando Collor para fora do poder.

A RFI Brasil comenta o artigo do Le Monde citando-o “Dilma e Lula, que conheceram e já foram vítimas das consequências de um golpe de Estado, após o push de 1964, quando a justiça militar prendeu e torturou opositores, deveriam escolher melhor os termos usados para classificar a atual crise brasileira”. A rádio que emite em português para o Brasil, pelas ondas ou pela Internet, continua citando o artigo do Le Monde que explica que isso revela “dirigentes desesperados, negando seus erros” atitudes que “impedem a serenidade e o diálogo necessários para superar a crise política, econômica e moral que sacode o país”.

O jornal francês pensa que será difícil para a Presidenta acabar seu mandado. O impasse não teria outra solução que seu afastamento pela renúncia, de forma a atacar a crise de crescimento e de confiança que atravessa o país.

Na França, quando um governo perde a confiança, em geral há renúncia e em seguida, nova eleição, um novo contrato social.

Renúncia ou não? A data do 31 de março, do golpe de Estado de 1964, levou gente para as ruas em uma quantidade importante de lugares – no Brasil e no exterior – pela permancência da Presidenta. No jogo de poder, que força as ruas têm no Brasil atualmente em relação ao universo político onde os deputados e senadores votam?

Somos todos contra a corrupção de partidos, pessoas, entidades....

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