Sacolas de plásticos banidas en 2016, na França

  • Mazé Torquato Chotil
Sacolas de plásticos banidas en 2016, na França

Quando era criança e ajudava meu pai no seu armazém de secos e molhados – o nome que  a gente dava aos mercados da época – era com papel que embrulhávamos as mercadorias e com sacos, também de papel, que pesávamos quilos de feijão, de acúcar ou arroz para os clientes. Depois da segunda guerra, com o desenvolvimento da indústria química e petroquímica, o mundo inteiro passou a usar sacos plasticos, e alimentar as caixas dos produtores de petróleo. E a naturaza a sofrer. Sacos desse tipo podem levar 400 anos para se decompor! Assim, podemos ver nas estradas, por exemplo, árvores e arbustos “enfeitados” por eles durante anos. Sabe-se que passarinhos e animais marinhos, entre outros, morrem comendo-os.

Além desses danos, sendo um derivados de petróleo, utilizando-os, estamos contribuindo também para o aquecimento do planeta, para o efeito Estufa. Mas nessa sociedade de consumo, em todo momento de compras, na farmácia, no supermercado... estas sacolas nos são propostas.

Elas serão proibidos a partir de abril aqui na França. Deveria ser a partir de janeiro, entretanto, para estar em sintonia com a legislação da Comunidade econômica européia, a data foi mudada.

Nada fácil mudar costumes. Há dez anos, aos poucos, a legislação tem evoluído na França, onde os supercados já fizeram esforços para não distribuí-los, propor outros tipos de sacos, inclusive em tecido, reutilizáveis. Entretanto, 17 milhões de sacolas ainda foram distribuidas, por ano, nestes últimos tempos, das quais, a metade são abandonadas na natureza declarou a ministra do meio ambiente. As autoridades andam sensibilizando e chamando a atenção da população. No mercado orgânico onde faço compras, são sacos de papel que estão à disposição. Para transportar os produtos comprados, o cliente pode utilisar o carrinho de feira ou então os sacos que temos para compras. Resistentes, tenho sempre um dobrado na minha bolsa. Ou ainda, utilisando os “cabas”, que é a tradição francesa, uma espécie de cesto feito de finas varas. Práticos quando se está em casa e que se vai às compras.

Pela natureza, por nós mesmos, vale à pena fazer um esforço. No Brasil, observandos os princípios de sustentabilidade, já se faz sacolas utilizando recursos de fontes naturais, o chamado polietileno verde, provenientes do etanol da cana de açúcar, do amido de milho e de mandioca. Um bioplástico ainda raro porque ainda é visto somente pelo prisma do preço.

O papel que usava no meu armazém é biodegradável. Tenhamos atitudes respeituosas do meio ambiente, estejamos atentos a outros produtos nocivos. Por exemplo, copos e colheres de plástico… Na França, ano que vem sera a vez de deixar de usar plasticos para embalar produtos alimentícios e em 2020, a vez de proibir o uso de pratos, copos...

Bom 2016 para todos nós

Mazé Torquato Chotil