Tempo de partida

  • Mazé Torquato Chotil
Tempo de partida

Última semana brasileira desta estadia brasileira. Infelizmente não pude passar pelo meu Mato Grosso do Sul querido. É tempo de refazer as malas de partir para retormar o trabalho cotidiano.

A cada volta tenho a possibilidade de sentir pulsar o país. Desta vez, em crise econômica e política. Circular na periferia e no centro me faz sentir a pulsação dele. A vontade de um povo de “vencer”, ou seja, de ultrapassar as pedras do caminho. Infelizmente, muitos ficam no meio da estrada, sem energia para continuar. Um Deus muito presente para quem vem de um país laico. Inseguranças, medos... Nas periferias e nos centros o medo é grande. Grades, sistemas de segurança, pedidos de mais polícias nas ruas. Uma prisão coletiva!

Não vi e nem ouvi reflexões sobre o por que do mal, e como se pode resolver a situação. Ou seja, corta-se as consequências, não o que faz o mal. Não se corta o mal pela raiz. Como os escândalos de corrupção. Nunca se viu tantos casos. O que quer dizer que o poder judiciário está fazendo o seu trabalho. Entretanto, não vi nem ouvi proposições de medidas dos poderes legislativos e executivos visando se não acabar com ele, pelo menos, minimizá-lo.

Volto deixando para trás um trabalho feito. Além de rever a família, os amigos, tive a oportunidade de falar do meu trabalho / pesquisa sobre o exílio de trabalhadores brasileiros durante a ditadura na Universidade de São Paulo, no Centro Brasileiro de Altos Estudos no Rio de Janeiro, na Universidade Federal de Osasco; de falar do meu Mato Grosso do Sul através dos trabalhos em São Paulo e em Osasco com crianças de escolas públicas.

Bom final de semana!