Uma biblioteca Lusófona em Paris

  • Mazé Torquato Chotil
Sala de leitura da Biblioteca Gulbenkian à Paris
Sala de leitura da Biblioteca Gulbenkian à Paris

Continuo aqui a falar de livros e leitura, pois esta semana morreu Marie-Thérèse Pereira-Salgado e está sendo homenageada pela imprensa especializada, instituições e o público que a conhecia pelo seu trabalho de 40 anos na frente da Biblioteca da Fundação Calouste-Gulbenkian de Paris.

A biblioteca, situada no bairro 7°arrondissement de Paris, tem um acervo de 97.000 documentos, um dos mais importantes na Europa dedicado à língua portuguesa. Uma pesquisa no seu banco de dados traz 591 registos paraBrésil e 5.164 paraBrasil. Além de publicações sobre o Brasil e Portugal, tem, claro, obras sobre países como Angola, Moçambique, Cabo Verde entre outros países e lugares de língua portuguesa.

A Fundação, criada pelo industrial armênio fazendo parte da diáspora, Calouste Gulbenkian, tem sede em Lisboa e é umaimportante fundação artística. Ter esta preciosidade em Paris é de uma grande importância para nós lusófonos interessados em história e outros aspectos do conhecimento.

O Brasil possuía uma biblioteca na Casa do Brasil, cidade universitária. Entretanto, se desengajou, suas obras empacotadas por um certo tempo, foram fazer parte do acervo da Universidade Sorbonne, felizmente. Marie-Thérèse Pereira-Salgado, portuguesa, tinha dupla nacionalidade e vontade de desenvolver esta biblioteca de pesquisas dedicada à língua portuguesa e culturas lusófonas. Muito trabalhou a biblioteca, mas também fez da fundação parisiense um lugar de encontros, com conferências de grande importância.

Iniciou em 2000 o projeto de informatização do catálogo, de forma que uma pesquisa possa encontrar referências do seu acervo. Dispõe, portanto, de duas bases, dois catálogos, em francês e português, respectivamente Porbase - Base nacional de dados bibliográficos e Sudoc, catálogo do sistema universitário francês.

Pereira Salgado também trabalhou para promover os estudos de língua portuguesa na França, sobretudo junto aos lusos descendestes, construiu pontes com o mundo francófono.

Bom final de semana!

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