Volta ao lar

  • Mazé Torquato Chotil
Volta ao lar

De volta ao lar após minha turnê pelo Mato Grosso do Sul e São Paulo para a apresentação de “Lembranças da vila”. Foram oito apresentações nas cidades de Dourados, Angélica, Glória de Dourados, Campo Grande, Osasco e São Paulo (duas delas com os estudantes do Sesi de Dourados e Campo Grande).

Agora, preparo a apresentação deste último livro semana que vem, no Instituto Alter’Brasilis, onde realizo todos os meses um encontro literário. Desta vez, como em dezembro na Embaixada do Brasil, falarei aos brasileiros residentes em Paris e franceses lusófonos sobre as particularidades do nosso Mato Grosso, o do Sul, evidentemente.

Para quem não teve em um dos lançamentos, para se ter uma ideia do texto, que considero para leitores crianças e adultos a partir de 7 anos, aqui um trecho de “Tempo de escola”:

O grande dia enfim, chegou! Mamãe tinha me anunciado tempo antes que eu ia começar a estudar. Acordei mais cedo que o habitual, como se dessa forma o momento chegasse mais rápido para conhecer a professora, os alunos que iriam ser camaradas de classe, a sala de aula, os cadernos e os lápis com aqueles odores que já conhecia, pois Cleuza, que era professora no sítio, amiga da família, dormia em casa quando vinha para a reunião de professores no começo de ano letivo, momento em que recebia o material escolar que ficava na nossa sala, por um dia, exalando o perfume de que eu gostava tanto.

Tomo meu café com leite, como o pedaço de bolo, visto meu vestido novo feito para o final de ano, de um tecido de algodão, com fundo branco e florzinhas coloridas de vermelho e verde. Sem mangas, tem uma saia plissada. Tenho uma chinela nova e uma grande vontade de que a hora de começar a estudar chegue. Conheço o lugar onde fica a escola, há uns duzentos metros de casa, em direção à saída da vila. É uma escola de quatro classes, uma para cada ano. No centro do prédio, em linha reta, uma área ao lado da sala do diretor e dos professores.

Duas salas de aulas de cada lado. No espaço central e na parede de trás, as meninas gostam de brincar com bola. Ouvi, quando passei outro dia, o som da bola na parede e a voz: ordem, sem lugar, sem rir, sem falar...

 

Bom final de semana!

 

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