Acordo prevê laboratório para descobrir se douradense bebe água com agrotóxico

Ministério Público Estadual anunciou que repassará quase R$ 400 mil para obra de estrutura que deverá ser construída na sede da Embrapa, em Dourados

Água do Rio Dourados será monitorada por laboratório (Foto: Paulo Yuji Takarada)
Água do Rio Dourados será monitorada por laboratório (Foto: Paulo Yuji Takarada)

O MPE-MS (Ministério Público Estadual) comunicou na quinta-feira (22) ter formalizado um acordo para destinar R$ 391.865,87 com objetivo de construir o Laboratório de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Dourados. Na prática, trata-se de solução encontrada para um processo que tramita desde 2012 e aponta suspeita de contaminação por agrotóxicos em níveis acima dos toleráveis na água consumida na segunda maior cidade do Estado. 

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Caberá à Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) administrar essa unidade, que deve ser construída na sua sede em Dourados. Também integram essa cooperação o MPF (Ministério Público Federal), o MPT-MS (Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul) e o Imam (Instituto do Meio Ambiente) de Dourados (IMAM).

“O objetivo é monitorar a qualidade da água superficial nas principais bacias hidrográficas do MS, inicialmente durante um intervalo de 120 meses (safras 2016/2017, 2017/2018, 2018/2019, 2019/2020, 2020/2021, 2021/2022, 2022/2023, 2023/2024, 2024/2025, 2025/2026), com a possibilidade de o projeto ser prorrogado por tempo indeterminado, bem como a estrutura do laboratório ser utilizada para outros projetos que tragam benefícios para a população”, detalha o MPE.

Ainda conforme o órgão, “o projeto vai monitorar também a presença de resíduos de agrotóxicos em águas superficiais de Mato Grosso do Sul, iniciando pelo rio Dourados, rio Amambai e rio Ivinhema, considerados importantes fontes de captação de água para distribuição à população de alguns Municípios ou mesmo um recurso para manutenção da biodiversidade”.

“O principal resultado a ser gerado com o projeto é o monitoramento da qualidade da água quanto à presença de resíduos de agrotóxicos, com frequência quinzenal. Esse monitoramento será utilizado como subsídio importante para comprovar possível impacto das atividades agropecuárias na qualidade dos recursos hídricos, podendo requerer ações futuras para mitigação dos problemas”, detalha.


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