Acusado de matar e carbonizar advogado tem júri popular agendado em Dourados

Crime brutal que chocou Dourados há um ano pode ter desfecho judicial em março, quando réu será submetido ao Tribunal do Júri

Corpo de advogado foi encontrado carbonizado no porta-malas do próprio carro em fevereiro de 2017 (Foto: Adilson Domingos)
Corpo de advogado foi encontrado carbonizado no porta-malas do próprio carro em fevereiro de 2017 (Foto: Adilson Domingos)

Acusado pelo brutal assassinato do advogado Valmir Leite Júnior, que teve o corpo carbonizado no porta-malas do próprio carro, Juliander de Oliveira Alcântara, de 26 anos, já tem data, hora e local para ser julgado. Na sexta-feira (9), o juiz Cesar de Souza Lima, da 3ª Vara Criminal da comarca, designou o dia 27 de março, às 13h30, para que o réu vá a julgamento em plenário do Tribunal do Júri, no Fórum de Dourados.

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De acordo com o despacho, sete jurados terão acesso via notebooks individuais aos depoimentos audiovisuais coletados durante o processo. A decisão para julgamento pelo júri popular, tomada no dia 27 de novembro de 2017, inclui os crimes de "homicídio qualificado por motivo fútil, não aceitar que o ofendido o repreendesse sobre o andamento do seu processo e recurso que dificultou a defesa, ataque de surpresa quando a vítima urinava em local pouco movimentado e no período noturno" e "destruição de cadáver".

O CRIME

Juliander de Oliveira Alcântara foi preso no dia 17 de fevereiro de 2017 pelo SIG (Serviço de Investigações Gerais) da Polícia Civil. Ele é acusado pelo MPE-MS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) pelo assassinato, a facadas, do advogado Valmir Leite Júnior, com 33 anos à época do crime. O corpo da vítima foi encontrado carbonizado no porta-malas do próprio carro, um Ford Fusion localizado em chamas pela PM (Polícia Militar) às 6h30 do dia 16 daquele mês em uma área remota do bairro Estrela Verá.

Juliander foi preso um dia após o crime ter sido descoberto (Foto: Sidnei Bronka)
Juliander foi preso um dia após o crime ter sido descoberto (Foto: Sidnei Bronka)

Durante audiência judicial realizada no dia 20 de fevereiro do ano passado, o acusado relatou "que a vítima parou o carro e foi urinar primeiro, e o interrogando, se aproveitando da situação, aproximou-se da vítima e desferiu uma facada em seu abdômen, momento em que a vítima caiu e o interrogando segurou o colarinho da camisa da vítima e desferiu as outras facadas, dizendo para a vítima 'não se bate na cara de homem, fala para mim que eu sou moleque de novo'", conforme documento ao qual a reportagem da 94FM teve acesso.

Ainda segundo o relatado na audiência, o crime "ocorreu por volta das 23h00min" e o suspeito "não se recorda de quantas facadas desferiu na vítima, mas afirma ter sido várias; (...) Que, enrolou a vítima num pano que estava dentro do carro e com muita dificuldade o interrogando colocou a vítima no porta-malas do carro, jogou a gasolina na vítima e em seu veículo, riscou o fósforo e evadiu-se a pé do local até a casa de sua genitora (...)".

SANIDADE MENTAL

Em maio de 2017, a Justiça chegou a determinar que fosse realizado exame de sanidade mental no réu, após solicitação da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, que atua no caso como defesa. Foi sugerida até mesmo a possibilidade de tratamento ambulatorial ou internação de Juliander.

Mas em outubro passado o magistrado designou para o dia 13 de novembro a "realização de audiência de instrução e julgamento, com oitiva de todas as testemunhas e interrogatório", após ter recebido o resultado do exame de insanidade que "considerou o denunciado parcialmente incapaz".

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