Após ‘plebiscitos’ em 2011 e 2012, Dourados deve ter disputa acirrada pela prefeitura

Campanhas vencidas por Zauith tiveram disputas desiguais, com alianças atípicas compostas por maioria esmagadora de partidos

Zauith está prestes a encerrar o segundo mandato de prefeito (André Bento)
Zauith está prestes a encerrar o segundo mandato de prefeito (André Bento)

Com 152.169 eleitores computados pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral), Dourados voltará a ter eleições efetivas para a prefeitura após duas disputas que mais pareceram plebiscitos. Para o pleito deste ano, cinco candidaturas foram oficializadas em convenções partidárias e pelo menos três nomes são de fortes postulantes à chefia do Executivo municipal.

A última vez que os douradenses tiveram opções equivalentes em força política numa eleição, foi em 2008. Naquele ano, o deputado estadual Ari Artuzi (PDT), talvez azarão do pleito, obteve 45.182 votos e venceu a disputa com Murilo Zauith, então vice-governador pelo DEM votado por 39.614 eleitores e Wilson Biasotto (PT), opção escolhida por 21.821 votantes.

ALIANÇAS ATÍPICAS

Com a renúncia de Artuzi no dia 1º de dezembro de 2010, preso pela Polícia Federal durante a Operação Uragano, o principal município do interior do Estado passou por duas gestões interinas. A primeira, de um mês, do juiz Eduardo Machado Rocha, e a segunda, da vereadora Délia Razuk, à época presidente da Câmara pelo PMDB. Somente em fevereiro de 2011 foi convocada uma eleição extemporânea.

Mas esse pleito fora de época foi marcado por alianças atípicas que possibilitaram, por exemplo, a união de PMDB, PSDB, PR, PDT, PSL, PRB, PSB, PPS, PTB, PV, PP, PTdoB, PRP e PT na Coligação União Por Dourados, que levou Zauith à chefia do Executivo municipal com os 70.906 votos obtidos no dia 6 de fevereiro de 2011. Nessa ocasião, ele enfrentou os Genival Antônio Valeretto (PMN), Geraldo Sales (PSDC) e José Araújo (PSOL), de partidos nanicos que em nada ameaçaram o projeto eleitoral do democrata.

FORÇA DESIGUAL

Menos de dois anos depois, já no PSB, Zauith liderou a coligação “Dourados Unida por Nossa Gente” e com o apoio de DEM, PC do B, PDT, PMDB, PPS, PR, PRB, PRP, PRTB, PSD, PSDB, PSL, PT, PTB, PT do B e PV, foi reeleito no dia 7 de outubro de 2012 com 65.794 dos votos; superou Keliana Fernandes (PSC), surpresa da disputa com 34.132 votos, Delane Borges (PSDC), votado por 3.806 eleitores, e Zé Roberto (Psol), opção escolhida por 1.659 votantes.

Pela desproporcionalidade de forças nessas duas eleições, quando coligações gigantescas formadas por partidos até então antagônicos no cenário nacional, muitos douradenses compararam os pleitos municipais de 2011 e de 2012 com plebiscitos, que são consultas populares nas quais a população recebe apenas as opções de votar sim ou não. No caso de Dourados, era aprovar ou reprovar a continuidade de Zauith no comando da prefeitura, já que nenhum adversário tinha, efetivamente, expressividade política suficiente para lhe fazer frente.

MAIS OPÇÕES

Para as eleições de 2016, contudo, foram oficializados por seus partidos Délia Razuk (PR), Enio Ribeiro (PSOL), Geraldo Resende (PSDB), Renato Câmara (PMDB), e Wanderlei Carneiro (PP), indício de que pode haver, de fato, um pleito com opções equivalentes, ao menos em força política, para votação popular.

Desses nomes, o da vereadora Délia Razuk, do deputado federal Geraldo Resende e do deputado estadual Renato Câmara são apontados por analistas como mais fortes, até pela representatividade de seus partidos em âmbito estadual e nacional.

COLIGAÇÕES

Délia entra na disputa com Marisvaldo Zeuli (PPS), ex-presidente do Sindicato Rural de Dourados, fechado na condição de vice. Geraldo Resende compôs com Rogério Yuri Farias Kintschev (PSB), ex-diretor presidente do Instituto de Meio Ambiente de Dourados. Renato Câmara caminha com Zélia Nolasco (PROS), professora universitária. Wanderlei Carneiro está acompanhado por Benjamin Barbosa (PSL), empresário. Ênio Ribeiro tem a correligionária Vera Alves, líder do movimento sem-terra, na condição de vice.

O PR de Délia Razuk está coligado com PRB, PEN, PMB, PHS, PTdoB, PSDC, PTC e PSC. Já o PSDB de Geraldo Resende fechou com PTB, PDT, PSD, Solidariedade, DEM, PV e PSB. Renato Câmara e o PMDB têm como aliados PROS, PT, PPL e PRP. O PP de Wanderlei Carneiro é apoiado por PTN, PSL e PMN. Enio Ribeiro, por sua vez, lidera a chapa pura do PSOL.

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