Cassems propõe R$ 15 mil ao Evangélico para usar térreo do Hospital do Câncer
Espaço atualmente é ocupado pelo Centro de Tratamento de Câncer de Dourados, que tem ordem de despejo expedida pela Justiça

A Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul) propôs à Associação Beneficente Douradense, mantenedora do Hospital Evangélico, pagar aluguel mensal de R$ 15 mil para usar o térreo do Hospital do Câncer. No local, são realizados os tratamentos de radioterapia, mas processo judicial que resultou em ordem de despejo da dona do aparelho põe em risco os atendimentos.
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O equipamento em questão é do CTCD (Centro de Tratamento CTCD (Centro de Tratamento de Câncer de Dourados), que atua na unidade hospitalar desde 1999 através de contrato de comodato com vigência de 20 anos. Com o fim do vínculo e após litígio entre as partes, coube à Justiça determinar a saída da empresa do imóvel, que atualmente só ocupa o térreo.
No entanto, o CTCD compõe, junto à Cassems, o grupo contratado pela Prefeitura de Dourados por R$ 21 milhões, via licitação realizada em 2017, para prestação de serviços médicos hospitalares e ambulatoriais de média e alta complexidade na área de Oncologia.
Ciente do impasse jurídico que põe em risco os atendimentos de radioterapia executados pelo Centro no Hospital do Câncer, Jean Henrique Davi Rodrigues, diretor administrativo do Hospital da Cassems Dourados, enviou ofício com a proposta de aluguel no dia 20 de setembro para Wesley Macedo Ferreira, superintendente do Hospital Evangélico.
No documento obtido pela 94FM, ele recorda a parceria entre os hospitais ao longo dos anos, considera “que no prédio do Hospital do Câncer existe verba pública, doações da população e sociedade organizada do município”, e indica que o acordo tem intuito de “não deixar essa população que colaborou sem tratamento de radioterapia”.
O gestor manifesta interesse em continuar a ocupar o térreo onde se localiza a recepção, consultórios, banheiros e banker da radioterapia. Para propor o aluguel, leva em consideração que a metragem ocupada será de 654,52 metros quadrados e que avaliações imobiliárias realizadas neste ano apontam preço de mercado de R$ 11,00 por metro.
Ele detalha ainda que fatura, em média, R$ 125 mil brutos de radioterapia, e propõe, “no intuito de reforçar as parcerias até aqui firmadas”, pagar como aluguel para uso do prédio R$ 12% desse montante, algo em torno de R$ 15 mil.
Todas essas informações foram prestadas no final do mês passado ao promotor Amílcar Araújo Carneiro Júnior, em substituição legal na 10ª Promotoria de Justiça da Comarca, que através do Inquérito Civil Público número 06.2017.00001417-1 apura “a regularidade técnica e jurídica da política de transição da prestação de serviços médicos de Alta Complexidade em Oncologia na cidade de Dourados”.