Comerciantes alertam sobre pesquisa de preço de materiais escolares realizada em Dourados
Durante o levantamento é apenas informado a variação do preço mais baixo para o mais alto encontrado no comércio, mas a marca do produto não é especificada.
 
Comerciantes de Dourados fazem um alerta à população sobre a pesquisa  realizada pelo Procon (Programa Municipal de Proteção e Defesa ao Consumidor) feita  na semana passada, onde mostra a variação de preços dos produtos nas papelarias da  cidade, informado apenas a variação do preço  mais baixo para o mais alto encontrado no comércio, mas a marca do produto não  é especificada, sendo assim, por exemplo, o preço de um caderno pode ser mais  baixo que o outro, mas as marcas são diferentes, o que não é justo na hora de  divulgar o preço do produto se não está especificado. 
Raphael de Leon Serapião, proprietário de uma loja de  material escolar no Centro, relatou para a reportagem da 94FM que a pesquisa é  muito importante para os consumidores, já que mostra os valores dos materiais. Porém,  apresenta insuficiência de informações importantes para que o objetivo seja  alcançado de maneira satisfatória, pois a mesma não leva em consideração a  marca do produto para que o consumidor consiga comparar a qualidade de maneira  objetiva os produtos cotados.
Raphael explicou que não há uma fiscalização nas empresas  cotadas para garantir que aqueles itens cotados realmente estarão disponíveis  nas lojas ou por quanto tempo, pois sem informação do produto citado por  completo, o cliente não tem acesso, muitas vezes, nem se o produto estará  disponível no estoque. Ele disse que é impossível comparar valores dos produtos  se não há informações suficientes.
"É como fazer cotação de preço de quilo de carne em açougues  sem obedecer critérios importantes de qual tipo seria, causando disparidades  absurdas de preços comparativos de estabelecimentos do segmento e causando  impacto negativo em empresas que citam produtos de diferentes qualidades, e o  pior, confundir a população, pois não há informações suficientes para saber se  os preços praticados são baratos ou caros, ou se simplesmente está comprando  menos ou mais ou de melhor qualidade ou pior. Portanto, mesmo que a intenção do  órgão seja a melhor possível, no final, o consumidor terá que analisar pessoalmente cada  loja", explicou.    
A importância em fazer a pesquisa de preço no próprio  estabelecimento é muito importante, já que quando está no local, o  consumidor tem a oportunidade de ver o material, perguntar e questionar,  relatou o comerciante. "O cidadão deve estar atento sobre a qualidade da  ferramenta que os alunos usarão para o aprendizado. A economia deve ser feita,  mas dentro da relação custo/benefício de algo tão importante com relação direta  a tão citada educação".
O comerciante relatou ainda que a pesquisa feita pelo  Procon, há vários anos, exige que os lojistas coloquem marca, mas não divulgam quando  lançam na mídia, nem quantidade de itens no estoque, nem detalhes mais  necessários para que haja um comparativo assertivo de cotação do material. Ele  também disse que não há fiscalização para defender o consumidor de mal uso  destas pesquisas por parte do lojista, pois abre espaço para tornar desta  pesquisa uma propaganda que talvez venha a prejudicar o cliente.
