Dourados enfrentou janeiro mais quente da história, revelam dados da Embrapa

Tanto a temperatura máxima quanto a mínima ficaram um grau acima da média histórica do município

Calorão sentido em Dourados durante o mês de janeiro foi recorde (Foto: Eliel Oliveira)
Calorão sentido em Dourados durante o mês de janeiro foi recorde (Foto: Eliel Oliveira)

Janeiro de 2019 foi o mais quente da história de Dourados. De acordo com a Embrapa Agropecuária Oeste, que monitora o clima do município por meio de uma estação agrometeorológica em atividade desde o final de 1979, somente em 1998 houve o registro de temperaturas tão altas no primeiro mês do ano. Tanto a máxima quanto a mínima ficaram um grau acima da média histórica. Porém, o maior calor sentido na cidade até hoje ocorreu no dia 17 de outubro de 2014, quando os termômetros apuraram 40.8ºC. 

Essas revelações foram feitas pelo agrometeorologista Carlos Ricardo Fietz, pesquisador da Embrapa que analisou os dados do Boletim Guia Clima. Segundo ele, a temperatura média em Dourados foi de 27,1°C, quase um grau e meio superior à média histórica de janeiro, 25,5°C.

“Foi o janeiro mais quente desde 1980, igualando janeiro de 1998. A média das máximas foi 33,4°C, também quase um grau e meio superior à normal, 31,8°C. Em 28 dias as máximas superaram 30°C, atingindo 37,5°C em 23 de janeiro. Janeiro de 2019 teve a média das mínimas mais alta em 40 anos, 22,4°C, quase um grau e meio superior à média do mês, 21,1°C. Não houve registro de temperaturas inferiores a 20°C e a mínima em Dourados foi 20,5°C, em 29 de janeiro”, relatou Fietz.

O pesquisador da Embrapa cita ainda que a temperatura máxima na região sul de Mato Grosso do Sul foi de 40,2°C, apurada no município de Bela Vista, em 23 de janeiro. Já a mínima de 18,2°C, foi registrada no dia 9 passado em Ivinhema.

O Boletim Guia Clima revela ainda que choveu 167 milímetros em Dourados no mês passado, índice pluviomértico praticamente igual à média histórica de quatro décadas de monitoramento climático, de 163 milímetros. “Houve 13 dias chuvosos e a maior chuva foi 95 mm, em 5 de janeiro”, detalha.

Em 2018, janeiro teve mais de 300 milímetros de chuva na maior cidade do interior de Mato Grosso do Sul. Mais quente e com menor índice pluviométrico, o primeiro mês de 2019 encerrou com umidade relativa média de 73%, índice 4% inferior à média de janeiro, 77%.

“Em apenas dois dias os níveis de umidade do ar foram inferiores a 30%, atingindo 26% em 23 de janeiro. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), níveis de umidade do ar inferiores a 30% exigem cuidados, pois podem ser prejudiciais à saúde humana”, acrescentou o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste.

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